DF: ativistas protestam por liberdade religiosa na Embaixada da China
Cerca de 20 integrantes do Democracia Sem Fronteiras criticaram perseguição contra povos Uigures, mulçumanos acusados de terrorismo
atualizado
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Uma manifestação pacífica foi realizada na entrada da residência oficial do embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, para defender a liberdade religiosa e contra a perseguição de povos Uigures, minorias muçulmanas que habitam predominantemente o território de Xinjiang, localizado no noroeste chinês e que faz fronteira com o Paquistão e o Afeganistão.
Pequim argumenta que militantes uigures realizam campanha violenta pela independência da região, incluindo ataques a bomba e incitando a população para a rebelião.
Contudo, ativistas rebatem e acusam a China de suprimir gradualmente práticas comerciais, culturais e religiosas do povo mulçumano daquela região. Na última década, uigures foram presos ou tiveram que buscar asilo no exterior após a acusação de terrorismo.
Durante o ato, em Brasília, cerca de 20 ativistas e apoiadores do Democracia Sem Fronteiras (DSF) seguravam placas com frases como “Imprensa brasileira, precisamos falar sobre a violação dos direitos humanos na China”, e “Liberdade religiosa”.
No último mês, Canadá, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia têm aplicado sanções contra a China por violar direitos humanos. De acordo com o grupo, o parlamento brasileiro fala pouco sobre o assunto.
“Temos insistido no assunto por acharmos de grande valia promover esse debate, protocolamos um ofício ao Itamaraty, às presidências da Câmara e Senado e aos presidentes da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), mas não tivemos nenhum avanço nesse sentido. Resolvemos realizar esse ato pacífico em frente à casa do embaixador da China”, explica Jorge Ithallo, presidente do movimento.
O grupo acredita ainda que o governo brasileiro precisa se posicionar sobre o tema, para defender a liberdade religiosa e os direitos humanos. “Não iremos nos calar enquanto tivermos países como a China, violando esses direitos básicos”, continuou.
Há alguns anos, Pequim impõe na região uma drástica vigilância policial. Segundo estudos de institutos dos Estados Unidos e Austrália, ao menos um milhão de uigures estão em “campos de reeducação” e alguns deles são submetidos a “trabalhos forçados”, principalmente nos campos de cultivo de algodão.
Movimento
O Democracia sem Fronteiras, criado em novembro de 2019, descreve-se como um movimento de pessoas engajadas no fortalecimento e na defesa do direito à democracia em todos os países do mundo. Desde o início da Pandemia, o movimento tem sido uma das organizações sociais que vem promovendo ações cobrando uma resposta do Governo Chinês pela omissão de informações, reforçando que a Pandemia poderia ter sido radicalmente minimizada se tratada com a transparência e imediata resposta que o caso exigia.