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CPI questiona se Funai distribuiu kit Covid para população indígena

Requerimento é do do senador Humberto Costa (PT-PE) e aborda outras 22 perguntas sobre o tratamento dessa população durante a pandemia

atualizado

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Humberto Costa
1 de 1 Humberto Costa - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Fundação Nacional do Índio (Funai) foi oficiada, nesta quinta-feira (13/5), a responder questionamentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia sobre o tratamento e atenção à saúde de povos indígenas durante a crise sanitária do Brasil. O requerimento é de autoria dos senadores Humberto Costa (PT-PE, foto em destaque) e Rogério Carvalho (PT-SE).

No documento, que tem 23 perguntas (veja abaixo), os congressistas cobram a entidade sobre a realização, por exemplo, de levantamento de famílias indígenas em situação de insegurança alimentar, bem como se houve estratégia de comunicação utilizada acerca da importância da vacinação e como a entidade combateu as fake news sobre vacinas.

Informações disseminadas em aldeias, muitas vezes por missionários brancos, fizeram com que crescesse a resistência à vacina por parte da população indígena brasileira. Algumas tribos afirmam que a Covid “é uma invenção dos brancos” e que eles “seriam feitos de cobaia” com o recebimento de chip implantado em seus corpos por meio do imunizante.

No mês passado, durante uma live do boletim epidemiológico, o secretário da Saúde do Mato Grosso, Geraldo Resende, confirmou que pelo menos 13 mil doses retornariam para o plano de imunização do estado, já que autoridades que cuidam da população indígena informaram sobre a recusa da vacina contra a Covid-19 por aldeões.

“Uma parcela da população indígena se recusa a tomar as vacinas. Então nós fizemos uma coleta dessas vacinas nos polos indígenas e nós podemos avançar”, disse.

Kit Covid

Da mesma forma, a CPI também quer saber se houve distribuição aos descendentes dos povos originários do chamado “kit Covid”, remédios sem comprovação científica e disseminados por orientação do presidente Jair Bolsonaro, como a cloroquina, por exemplo.

“Houve distribuição de kit Covid, hidroxicloroquina, cloroquina ou ivermectina por algum agente à população indígena? Se sim, solicita-se discriminação das quantidades distribuídas, por local, data, e motivação, contendo identificação do responsável pela distribuição”, aponta o requerimento.

De acordo com os senadores, “um dos eixos de investigação desta CPI diz respeito às ações de prevenção e atenção à saúde indígena”.

Veja o requerimento na íntegra:

DOC-REQ 4052021 – CPIPANDEMIA-20210504 by Metropoles on Scribd

O que disse a Funai?

Após a publicação da reportagem, a Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que “tem dado toda a atenção e o suporte à população indígena desde o início da pandemia. O trabalho é realizado em conjunto com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde, responsável pela saúde indígena no país, e órgãos locais”.

“Ao todo, a Funai já investiu R$ 47 milhões em ações preventivas, com destaque para a promoção da segurança alimentar e o suporte a barreiras sanitárias, a fim de impedir o ingresso de não indígenas nas aldeias. Além disso, ainda no mês de março de 2020, a fundação já havia suspendido as autorizações para ingresso em Terras Indígenas, com exceção dos serviços essenciais”.

De acordo com a nota encaminhada à redação, “no que diz respeito à segurança alimentar, a Funai já entregou aproximadamente 600 mil cestas básicas a famílias indígenas em situação de vulnerabilidade social em diferentes regiões do país, o que representa cerca de 13 mil toneladas de alimentos distribuídos. A medida também contribui para que os indígenas evitem deslocamentos, minimizando o risco de contágio pela covid-19”.

Segundo a entidade, “para promover o etnodesenvolvimento e a autonomia indígena, foram investidos R$ 18 milhões em ações que visam a autossuficiência das comunidades, como a aquisição de materiais de pesca, sementes, mudas, insumos, ferramentas e maquinários agrícolas. A intenção é fazer com que os indígenas mantenham a produção, além colaborar para que, no pós-pandemia, as etnias invistam em processos de geração de renda e fortaleçam sua cultura”.

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