CPI: “Nunca falei com essas pessoas sobre vacina”, diz Luis Miranda
Durante depoimento, representante da Davati afirmou que parlamentar teria procurado empresa para negociar compras de imunizantes
atualizado
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O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou, na manhã desta quinta-feira (1º/7), que seria “mentira” a acusação feita pelo empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da empresa Davati, de que o parlamentar teria investido no procurador da empresa, Cristiano Alberto Carvalho, para negociar compra de vacinas AstraZeneca.
A declaração ocorreu durante o depoimento do empresário para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19.
“Mentira. Nunca falei com essas pessoas na vida sobre vacina”, afirmou ao Metrópoles o parlamentar.
Questionado se conhece algum Cristiano, Miranda respondeu que, “nos Estados Unidos, um cara com esse nome ofereceu luvas para um cliente nos USA [Estados Unidos] através da minha empresa”, pontuou. Segundo o parlamentar, trata-se de uma gravação antiga.
Miranda chegou a entrar na sala da CPI, mas acabou deixando o local após ser hostilizado por integrantes da base governista no Senado Federal.
Investidas
Para os senadores, Dominguetti destacou que, após protocolar proposta de venda no Ministério da Saúde, diversos assessores e parlamentares passaram a procurar a empresa para se oferecer como intermediador das negociações.
“Tenho informação que parlamentar tentou negociar busca por vacinas dentro da Davati. Isso eu tenho. A informação que tenho é de um: o que aqui que fez acusação contra o presidente da República”, declarou, referindo-se a Miranda.
Ao ser questionado se seria o deputado Luis Miranda, Dominguetti confirmou. “Sim, senhor, excelência. [Luis Miranda] Procurou a Davati, [e] o Cristiano [Alberto Carvalho, procurador da empresa], tentando negociar a compra de vacinas”, respondeu.
Segundo Dominguetti, Cristiano Carvalho relatou para ele que, “volta e meia, parlamentares o procurava e quem o mais incomodava era o deputado Luis Miranda, que era mais insistente”.
“Cristiano me enviou um áudio pedindo uma live, que tinha um cliente dele mais recorrente que comprava pouco e em menor quantidade, mas que poderia colocar a vacina para rodar”, disse o vendedor, acrescentando. E disponibilizou o áudio.
Dominguetti afirmou à jornalista Constança Rezende, do jornal Folha de S.Paulo que o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, durante um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, região central da capital federal, teria pedido a propina de US$ 1 por dose de vacina, no dia 25 de fevereiro. Dias foi exonerado nessa quarta-feira (30/6).