Concursado da PM foi executado com 7 tiros por homofobia, diz defesa
De acordo familiares de Eliel Ferreira Cavalcante Júnior, a polícia procura o principal suspeito do crime: Ialamy Gonzaga, o Júnior Preto
atualizado
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A Polícia Civil do Rio Grande do Norte está à procura de Ialamy Gonzaga, mais conhecido como Júnior Preto (foto em destaque), principal suspeito de assassinar à queima-roupa o bacharel em direito Eliel Ferreira Cavalcante Júnior, 25 anos, no último sábado (9/4).
A princípio, os investigadores trabalhavam na linha de que a vítima havia sido confundida com um desafeto do autor dos tiros, mas uma reviravolta no caso passou a incluir a possibilidade da morte ter sido provocada por homofobia.
De acordo com testemunhas ouvidas pelo Metrópoles, o suspeito é conhecido na cidade pelo perfil intimidador e por sempre andar armado.
Ialamy seria o autor, mas outras três pessoas teriam participação no homicídio ocorrido em uma área residencial movimentada e que chocou o município potiguar.
Eliel conversava com o namorado Lucas dentro de um condomínio de classe média e, ao deixarem o local, foram abordados por uma dupla em suposto assalto. Na tentativa de fuga, um terceiro homem deu dois tiros em direção ao casal.
Execução
Quando conseguiram correr, um quarto elemento apareceu e imobilizou Eliel, que levou aproximadamente 7 tiros. Lucas conseguiu fugir.
“Foi nesse momento que Júnior Preto se aproximou, deu o primeiro disparo quando ele já estava rendido. Em seguida, deu mais sete disparos. O exame cadavérico vai nos dizer se foram 7 ou 9 tiros”, disse Edson Lobão, advogado de Lucas.
Segundo ele, a versão de que Eliel havia sido confundido com alguém está descartada porque a vítima não estava com máscara de proteção.
“O que nós temos é isso: não existe essa versão que o Eliel foi confundido, é totalmente inverdade. Eliel foi vítima de um crime de homofobia, de um crime brutal, essa é a verdade”, reforçou o advogado durante coletiva para a imprensa local.
Em conversa com o Metrópoles, um dos familiares que preferiu não ser identificado também reforçou a tese de possível crime por homofobia e pede ajuda para encontrar o principal suspeito pela execução.
“A principal testemunha, que era o namorado dele, relatou que foram duas pessoas que abordaram de forma intimidadora e pensaram se tratar de um assalto. Eles chegaram a jogar o celular dentro do condomínio para correr da dupla”, disse.
Eliel Ferreira Cavalcante Júnior havia acabado de ser aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e também esperava ser convocado para assumir uma vaga da Polícia Militar do Ceará.