Como a bancada do DF avalia a CPI da Petrobras defendida por Bolsonaro
Maioria dos deputados manifestou apoiar investigação sobre aumento de combustíveis, mas oposição vê “cortina de fumaça” em ação do Planalto
atualizado
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Os oito integrantes da bancada do Distrito Federal na Câmara dos Deputados estão divididos sobre a criação ou não de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras.
A maioria disse apoiar a criação das investigações sobre o aumento do preço dos combustíveis, enquanto a oposição vê manobra eleitoreira do Palácio do Planalto.
Os deputados Bia Kicis (PL), Luis Miranda (Republicanos), Paula Belmonte (Cidadania) e Celina Leão (PP) já se anteciparam e dizem ser favoráveis às investigações defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O Brasil é maior que a Petrobras. A empresa deve cumprir sua função social e não deixar alguns milionários a custo de todo um povo. Isso é inadmissível”, declarou Celina Leão ao Metrópoles.
A deputada Paula Belmonte (Cidadania) também declarou apoiar a abertura dos trabalhos como forma de estancar os consecutivos reajustes da gasolina, do diesel e do etanol.
“Como vice-presidente da CPI do BNDES, me empenhei em abrir a caixa-preta do banco e investigar todas as irregularidades que foram cometidas. Sou a favor de abrir todas as caixas-pretas, inclusive a da Petrobras. Apoio a abertura de uma CPI para investigar, pois o preço pago pelos combustíveis é de interesse de todos os brasileiros”, disse.
Da mesma forma, o deputado Luis Miranda defendeu as apurações e lembrou já ter sido autor de um dos requerimentos para a criação da CPI da Petrobras.
“Quem fez o requerimento para criação da CPI da Petrobras fui eu. Não adianta apresentarem outro para fazer cortina de fumaça. Já que o governo quer e a oposição também quer, vamos fazer. E eu quero presidir”, disse o congressista.
PT decide não apoiar CPI da Petrobras: “Cortina de fumaça”
“Cortina de fumaça”
Os deputados da oposição ao governo federal destacam que a proposta seria uma “cortina de fumaça” a fim de tirar a atenção da população sobre o aumento do preço dos combustíveis.
“A nossa impressão é de que a CPI é mais uma cortina de fumaça apresentada pelo governo. Então, não teria problema nenhum em assinar a favor de uma CPI, mas eu entendo que o governo está criando uma situação teatral para poder alegar à população que ele não tem condições de agir”, disse o deputado Professor Israel Batista (PSB).
Segundo o parlamentar, se o governo realmente fosse contra os aumentos, ele teria que tomar uma decisão que pode ser difícil que é a mudança da política de preço da só o governo que pode fazer isso.
“Então, ao nosso ver, o presidente Bolsonaro está jogando para a plateia, está pressionando para que os presidentes caiam um a um e a motivação disso é meramente eleitoral”, apostou.
Flávia Arruda (PL) é outra parlamentar a favor da CPI.
Já a deputada Érika Kokay (PT) foi procurada pela coluna Janela Indiscreta, mas aguardava um posicionamento oficial da bancada do Partido dos Trabalhadores para se manifestar oficialmente.
Os deputados petistas devem formalizar, nesta terça-feira (21/6), a decisão de rejeitar a criação da CPI da Petrobras. Conforme apurado pelo Metrópoles, a tendência é de que a bancada seja contra a CPI da Petrobras. A avaliação é de que a instalação do colegiado não irá contribuir para a solução da crise.
“Nosso objetivo é acabar com com PPI que não deixa baixar os preços dos combustíveis e o que o Bolsoanaro quis fazer é demagogia para acabar com a Petrobras”, defendeu o líder o partido, deputado Reginaldo Lopes (MG).
Após a publicação da reportagem, a deputada Flávia Arruda (PL), ex-ministra da Secretaria de Governo na gestão Bolsonaro, afirmou que assinará o requerimento da CPI.
Já o deputado Julio Cesar Ribeiro (Republicanos), que é governista, não respondeu os contatos realizados pela reportagem.