Com derrota de Renan, opositores tentam impedir cacique de assumir CCJ

Embora ainda estejam em lua de mel pela vitória de David Alcolumbre (DEM-AP) como presidente do Senado Federal, aliados do novo comandante do Congresso já estão de olho nas próximas movimentações do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que desistiu da disputa e abriu espaço para o adversário assumir a cadeira. Na próxima semana, os senadores devem escolher os integrantes da Mesa Diretora, assim como o comando e os membros das comissões permanentes da Casa.

Atentos ao espírito de vingança do alagoano, que comandou a presidência do Senado em quatro momentos diferentes, os aliados de Alcolumbre já trabalham para impedir que o cacique ou senadores próximos a ele ocupem uma comissão importante, como a de Constituição e Justiça (CCJ). O órgão é um dos mais importantes do Senado, onde passam todos os projetos antes de seguirem ao plenário.

O receio é que, por integrar a maior bancada partidária da Casa, Renan poderia costurar votos para comandar a importante comissão. Na prática, isso poderia representar um problema, em especial aos defensores do governo de Jair Bolsonaro (PSL). O presidente da CCJ pode, entre outras coisas, travar votações de medidas importantes, como as reformas previstas pelo Palácio do Planalto, como a da Previdência.

O Executivo tem pressa e qualquer obstáculo para a aprovação de projetos de interesse do governo precisa ser completamente aniquilado.