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Cientista prevê 1,3 milhão de novos casos de Covid por dia no Brasil

Miguel Nicolelis descartou que pandemia chegue ao fim neste novo ano e alertou sobre perigos da Ômicron: “Não tem nada de leve”, disse

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Cientista Miguel Nicolelis
1 de 1 Cientista Miguel Nicolelis - Foto: Reprodução / Youtube

O neurocientista Miguel Nicolelis afirmou que, ao contrário do que tem sido ventilado, a pandemia da Covid-19 no Brasil não deve finalizar até o fim do ano de 2022. Pelo contrário: o pesquisador renomado prevê que a nova variante Ômicron alcance o índice de até 1,3 milhão de novas infecções por dia, caso não haja medidas enérgicas para evitar novas transmissões.

As declarações foram dadas durante o podcast Diário do Front, programa gravado e divulgado nas redes sociais do cientista. A última edição foi publicada nesta segunda-feira (10/1) no Youtube.

A projeção, segundo Nicolelis, é baseada em estudo realizado pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e leva em conta a estabilidade do índice de pessoas já vacinadas no Brasil com a primeira e a segunda dose da fórmula contra a Covid-19.

“Se nada for feito, se nós só ficarmos com o nível de vacina atual do brasileiro, que infelizmente está parado em 67% da população do país com duas doses – nível inferior ao do Reino Unido, que teve uma explosão de Ômicron – se nós não aumentarmos o uso de máscaras e isolamento social no Brasil, voltando com as restrições não farmacológicas que foram implementadas na primeira onda… Se nada disso for feito, os modelos da Universidade de Washington preveem a possibilidade real do Brasil chegar a 1,3 milhão de casos por dia até o final de março deste ano”, afirmou o neurocientista.

“Sugerindo novamente que as previsões que estão sendo espalhadas pelo Brasil, as narrativas que estão crescendo de que a pandemia pode acabar nos primeiros meses desse ano não computam, não parecem ter base nenhuma modelagem matemática respeitada. São opiniões. São opiniões que podem até se materializar, a gente não sabe. Evidentemente que pode ocorrer uma mutação que leve o coronavírus a se transformar num vírus endêmico com menos risco, menos transmissão e menos mentalidade, a possibilidade existe. Mas ela não é, neste instante, baseada em nenhum fato concreto, porque o que nós estamos vendo antes de qualquer coisa é o surgimento de outras variantes em diferentes partes do mundo”, emendou.

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Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento
Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido
Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas
Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo
O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus
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Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron foi classificada pela OMS como de preocupação

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Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento

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Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido

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Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas

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Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo

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O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus

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A primeira é que a variante tenha começado o desenvolvimento em meados de 2020, em uma população pouco testada, e só agora acumulou mutações suficientes para se tornar mais transmissível

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A segunda é que surgimento da Ômicron pode estar ligado ao HIV não tratado. A terceira, e menos provável, é que o coronavírus teria infectado um animal, se desenvolvido nele e voltado a contaminar um humano

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De qualquer forma, o sequenciamento genético mostra que a Ômicron não se desenvolveu a partir de nenhuma das variantes mais comuns, já que a nova cepa não tem mutações semelhantes à Alfa, Beta, Gama ou Delta

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Com medo de uma nova onda, países têm aumentado as restrições para conter o avanço da nova variante

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De acordo com documento da OMS, a Ômicron está em circulação em 110 países. Na África do Sul, ela vem se disseminando de maneira mais rápida do que a variante Delta, cuja circulação no país é baixa

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Mesmo em países onde o número de pessoas vacinadas é alto, como no Reino Unido, a nova mutação vem ganhando espaço rapidamente

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No Brasil, 32 casos foram registrados, segundo balanço divulgado no fim de dezembro pelo Ministério da Saúde

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Por conta da capacidade de disseminação da variante, a OMS orienta que pessoas se vacinem com todas as doses necessárias, utilizem corretamente máscaras de proteção e mantenham as mãos higienizadas

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A entidade ressalta ainda a importância de evitar aglomerações e recomenda que se prefiram ambientes bem ventilados

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Colapso generalizado

Nicolelis sublinhou que, apesar de ser menos letal, a nova variante poderá levar a um colapso generalizado, uma vez que a possibilidade de transmissão é muito maior do que as variantes Gama e Delta, até então predominantes no Brasil.

“A Ômicron está tirando da mão dos governantes a decisão de fazer, por exemplo, um lockdown regional ou nacional, porque ela está infectando tanta gente e as pessoas não estão conseguindo sair de casa pra ir trabalhar. Com isso, estamos observando o cancelamento de dezenas de milhares de voos por falta de pilotos e tripulantes das aeronaves. Na cidade de São Francisco, na Califórnia, estamos vendo o fechamento de restaurantes por falta de pessoas pra trabalhar nos restaurantes. Essa variante não tem nada de leve, não tem nada de branda. A nível populacional e estatístico, que além nós, por exemplo, a própria Universidade de Washington prevê que, se nada for feito, é que tem o potencial de infectar nos próximos dois meses três bilhões de pessoas mundo afora – um número que é quase da metade da população do planeta”, disse.

Ouça o podcast Diário de Front:

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