Centrão se irrita após críticas de bolsonaristas à aprovação do fundão
Integrantes da base de apoio ao presidente ameaçaram sessão extraordinária, nesta sexta, para derrubar projeto que prevê voto impresso
atualizado
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Após a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO 2022) pelo Congresso Nacional, na noite de quinta-feira (16/7) — o que resultou no aumento do fundo partidário para R$ 5,7 bilhões —, a madrugada foi bastante acalorada entre os parlamentares e reverberado no grupo dos assessores.
Integrantes do chamado Centrão — atual base de sustentação do Palácio do Planalto — reagiram às manifestações de congressistas ligados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que não teriam responsabilidade sobre o reajuste do fundão, previamente acordado entre os partidos governistas.
As reações partiram, principalmente, após o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ter divulgado um vídeo nas redes sociais, onde acusou o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), de articular a aprovação do reajuste bilionário e de ter tentado aprovar, sem sucesso, um destaque para retirar a medida do texto-base original. A mesma linha também foi seguida por Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF).
“Infelizmente, o deputado Marcelo Ramos atropelou a votação e acabou com a LDO sendo aprovada com esse fundão. O líder do meu partido deixou claro que o PSL era contrário ao fundão”, gravou Eduardo.
Após ter conhecimento da gravação, Ramos rebateu o filho de Bolsonaro durante a mesma sessão que aprovou a pauta polêmica. “Quero dizer ao deputado Eduardo Bolsonaro que ele deve ter coragem de assumir os seus votos, suas atitudes e suas posturas porque eu tenho de assumir as minhas. Não exponho meus colegas não tergiverso sobre minhas posições, mesmo quando eles são impopulares”, respondeu.
“E outra coisa: o partido do deputado Eduardo Bolsonaro, o líder do governo do presidente Bolsonaro, nenhum deles protestou quando da orientação da votação simbólica do destaque do Novo. É muito fácil ir para a rede social dizer que votou contra e tentar transferir responsabilidades”, continuou.
Veja os vídeos:
Pólvora
Embora Marcelo Ramos tenha se posicionado abertamente durante a própria sessão, a repercussão do vídeo de Eduardo Bolsonaro continuou entre os congressistas no WhatsApp.
Durante a madrugada, foi cogitada a convocação de uma sessão extraordinária para esta sexta-feira (16/7) com objetivo de pautar, em plenário, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso, o que daria chances reais de derrota. O Palácio do Planalto foi acionado imediatamente para acalmar os ânimos dos dois lados.