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Caça às bruxas? Após encontro com Frejat, bombeiros são exonerados

Coronéis e tenentes-coronéis perderam cargos depois de foto circular nas redes sociais, na qual eles posam ao lado do pré-candidato ao GDF

atualizado

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Felipe Menezes/Metrópoles
Brasília (DF), 23/11/2016FachadasLocal: BrasiliaFoto: Felipe Menezes/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 23/11/2016FachadasLocal: BrasiliaFoto: Felipe Menezes/Metrópoles - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

A exoneração de seis membros do alto escalão do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), publicada em edição extra do Diário Oficial do DF (DODF) dessa terça-feira (24/4), causou estranhamento entre oficiais. Tudo porque os coronéis e tenentes-coronéis perderam os cargos comissionados após circular nas redes sociais uma foto na qual eles posam ao lado do pré-candidato ao Governo do Distrito Federal (GDF) Jofran Frejat (PR). O republicano é um dos mais ferrenhos opositores do governador Rodrigo Rollemberg (PSB).

A reunião com Frejat ocorreu durante um café da manhã na quarta-feira passada (18), na sede do PR, localizada no Liberty Mall. Presidente da Associação dos Oficiais da Reserva Remunerada e Reformados da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (Assor), Wellington Corsino confirma que os seis recém-exonerados estão na imagem.

Para ele, uma coisa está ligada a outra. “Não existe nada que diga que foi isso, mas a gente sabe como funciona. Teve a reunião, a foto vazou e agora acontece isso? Com certeza, foi uma retaliação”, acredita.

 

Reprodução

Em contato com o Metrópoles, pelo menos dois alvos do decreto do governador preferiram o anonimato. Ambos confirmaram estar na foto, mas evitaram polêmica quando questionados sobre o motivo da exoneração. O primeiro confirmou que esteve no encontro com Frejat, mas não soube informar se essa foi a motivação do desligamento. O segundo, por outro lado, disse ter sido pego de surpresa.

Não acreditei quando soube. Estou na foto, mas a conversa não foi para levar o apoio a nenhum candidato. Estávamos procurando ouvir o que cada um tem a dizer para a categoria, o que democraticamente é aceitável

Um dos exonerados

Confira o ato assinado pelo governador do DF, publicado em edição extra do DF: 

Reprodução/DODF

Foram alvos da canetada do chefe do Executivo local os coronéis Wellington Moura e Silva, ex-chefe do Departamento de Segurança contra Incêndio do Subcomando-Geral; Vilson Vargas, ex-chefe do Departamento de Recursos Humanos, do Subcomando-Geral; e Williman Costa da Silva, ex-ajudante-geral do Comando-Geral.

Também perderam a gratificação por cargo comissionado os tenentes-coronéis Átila Gomes do Nascimento, ex-subdiretor da Diretoria de Vistorias, do Departamento de Segurança contra Incêndio; Álvaro Alexandre Albuquerque Marques, ex-comandante do Comando de Área III; e Joston Alves de Sousa, ex-diretor de Saúde do Departamento de Recursos Humanos, do Subcomando-Geral.

Jofran Frejat repudiou a ação. Ele disse ser “inacreditável que, em plena democracia, tentem cassar o direito e a liberdade das pessoas de se manifestarem livremente”. O ex-secretário de Saúde ainda pontuou que nenhum dos militares declarou apoio a ele. “O que houve foi apenas o interesse em conhecerem os nossos pensamentos”, explicou. Por fim, disparou conta Rollemberg. “Um governador que se diz democrata não pode guardar tanto ódio e ressentimento no coração”.

Representante dos militares do DF no Congresso Nacional, o deputado federal Alberto Fraga (DEM), lamentou o uso do aparato público para retaliar integrantes das corporações. “Eu fico triste e preocupado de ver um governador completamente imaturo. Age como se fosse uma criança que perdeu o doce. Ele quer ter a simpatia e o respeito dos seus subordinados usando a força. Isso é lastimável, uma coisa triste, de ver um governador a cada dia que passa perdendo o respeito pelos seus comandados”, afirmou.

Rollemberg: “Não interfiro”
Ao Metrópoles, Rollemberg negou que tenha tido qualquer relação com os afastamentos. “Eu nomeio os comandantes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, além do diretor-geral da Polícia Civil. Mas quem nomeia, demite ou substitui os demais cargos dentro dessas corporações são os próprios chefes. Desde o início do meu governo, eu não interfiro nessas nomeações internas”, disse o governador.

O CBMDF não retornou o contato até a última atualização desta reportagem.

Colaborou Suzano Almeida

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