Bisol se solidariza a secretário após OS perder gestão de hospital
Em publicação no Facebook, o promotor de Saúde afirmou que “estamos implodindo irrefletidamente a governabilidade de um sistema carente”
atualizado
Compartilhar notícia
Personagens costumeiramente antagônicos na cena política e jurídica local, Jairo Bisol, promotor da Promotoria de Saúde do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), parece estar do mesmo lado do secretário Humberto Fonseca. Sem citar nomes, o integrante do MP publicou um texto no Facebook para criticar a judicialização da Saúde justamente um dia após o comandante da pasta ter feito um desabafo sobre o tema.
“Aproveito a oportunidade para manifestar publicamente minha mais absoluta solidariedade ao gestor do SUS: antes de cobrar do governo – e temos que fazê-lo, permanentemente, pois é nossa função –, nós, órgãos de controle e de jurisdição, devemos garantir governabilidade”, escreveu.
Segundo Bisol, as decisões recentes no âmbito da Justiça comum, do Tribunal de Contas e da Justiça do Trabalho retiram do gestor ferramentas fundamentais para manter o sistema de saúde em funcionamento. “Estamos implodindo irrefletidamente a governabilidade de um sistema carente: vamos colher dor, morte e padecimento por nossa insensibilidade”, falou o promotor.
Mudança de gestão
Na sexta-feira (13/4), o Instituto do Câncer Infantil e Pediatria Especializada (Icipe) decidiu entregar o comando do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) ao Governo do Distrito Federal. A decisão da entidade foi em cumprimento de sentença do juiz titular da 7ª Vara da Fazenda Pública, Paulo Afonso Cavichioli Carmona. Ela proíbe o Icipe de ter contratos com o poder público durante três anos, contados a partir do momento em que foi pronunciada. A notícia repercutiu negativamente entre integrantes do GDF. O próprio governador Rodrigo Rollemberg (PSB) tentará reverter a decisão na Justiça.
No dia seguinte, no sábado (14), Humberto Fonseca desabafou em seu perfil público sobre as dificuldades de se administrar a pasta e a quantidade de empecilhos jurídicos enfrentados pela pasta. “Se não querem ajudar, que pelo menos nos permitam cumprir nossa obrigação (…). Se houver qualquer desvio ou desonestidade, insisto que investiguem, mas não punam a população para fazer oposição ao governo”.
Veja a publicação do secretário de Saúde: