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Áudio. Miranda revela conversa com Dias: “Vou levar cigarro na cadeia”

Deputado que fez denúncia da Covaxin rebateu acusação do ex-diretor do Ministério da Saúde sobre retaliação: “Quer descontruir a testemunha”

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1 de 1 Luis Miranda_CPI da Covid - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) rebateu, nesta quarta-feira (7/7), a acusação feita pelo ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. Na oitiva, Dias afirmou que os irmãos Miranda teriam envolvido o nome dele nas denúncias de corrupção na compra da Covaxin como retaliação por ele ter negado a concessão de um cargo ao servidor Luis Ricardo Miranda, irmão do parlamentar.

“É o famoso comentário que segue a mesma estratégia de todos: desconstruir a testemunha, né? Fazer ter uma dúvida para que a base bolsonarista faça o recortezinho, e essa vai ser a manchete do dia. E todo dia eles tentam aí desconstruir e não falam do fato. A empresa terceira não interessa, o fato de essa empresa estar em paraíso fiscal não interessa a eles, de ela não estar no contrato, também não interessa a ele (…). Isso não interessa a base. Então, é criar narrativa, né?”, disse.

Miranda também lembrou que nunca houve pedido por cargo e que a única menção feita pelo irmão foi pelo interesse de ser remanejado de setor dentro do Ministério da Saúde, onde atua como concursado.

“Como que o meu irmão, que é chefe do setor desde 2016, poderia querer outro cargo? Será que ele pediu o de ministro? O que eu me recordo era de que o meu irmão queria sair desse departamento pela quantidade de denúncias de roubos, para não chamar de corrupção, que esse departamento tem, o Delog [Departamento de Logística]. Isso eu me recordo, mas não por vantagem, pelo contrário: estava disposto a perder o cargo de chefia para ir a qualquer outro setor e que se livrasse de pessoas como Roberto Dias”, continuou.

Ouça os áudios:

O deputado revelou ao Metrópoles o teor das conversas mantidas, por WhatsApp, com o atual depoente da CPI.

“Olhe bem qual é o único pedido que eu fiz para este criminoso. O único pedido que eu fiz foi para salvar vidas aqui em Brasília, para que na distribuição dos respiradores Brasília recebesse logo que começou. Você observa que a minha preocupação com a pandemia foi logo no começo, de que fossem enviadas para o Distrito Federal 500 unidades de respirador. Respiradores esses que foram recebidos”, declarou o parlamentar.

“Estou falando em on para ficar bem claro. Esse cara, se colar nele, nós vamos descobrir vários crimes. Enquanto ele fala de mim, fale para ele que quando estiver no processo de regeneração, na carceragem, eu farei a gentileza de levar para ele o maço de cigarro”, disse.

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Entenda

Na manhã desta quarta-feira, o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias afirmou ter negado a concessão de um cargo ao servidor Luis Ricardo Miranda, e sugeriu que as acusações contra ele poderiam ser retaliação. O servidor disse ter sofrido pressão atípica de superiores, entre eles, Dias.

“Confesso que neguei um pedido de cargo para seu irmão servidor. Por um momento, pensei que pudesse ser uma retaliação. E confesso que sempre achei desproporcional demais. Mas, agora, o que se deslinda é a possibilidade de ter ocorrido uma frustração no campo econômico também”, declarou Dias à CPI da Covid.

O servidor é irmão do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Dias também afirmou que o parlamentar mentiu em depoimento à comissão e levantou dúvidas sobre a relação de Miranda com Cristiano Carvalho, suposto representante da Davati Medical Supply.

“O deputado mentiu, fazia negócios na área da saúde, diferentemente do que alegou. Conforme demonstrado, possuía contato direto ou indireto com o senhor Cristiano desde pelo menos 15 de setembro de 2020”, disse o ex-diretor.

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