Associação ataca MP que troca verba em inovação por frota de caminhões
Assespro alega que investimentos em tecnologia já são raros e que texto retira recursos de um setor altamente sucateado
atualizado
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A Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro) condenou, nesta quarta-feira (3/8), a medida provisória aprovada, na terça-feira (2/8), pela Câmara dos Deputados, que permite o uso de recursos destinados à inovação do setor de petróleo e gás para financiar a renovação da frota de caminhões do país.
A permissão para o uso de recursos está previsto no artigo 12 da proposta, que altera o Programa de Aumento da Produtividade da Frota Rodoviária no País (Renovar).
A versão aprovada pela Câmara dos Deputados também permite que o Executivo defina, posteriormente, o percentual máximo para utilização desses tipo de recurso para o programa. O texto segue agora para análise do Senado Federal.
“Essa MP retira recursos de um setor altamente sucateado, que é o de inovação. Especialmente em um contexto de baixa disponibilidade de recursos, defendemos a supressão do art. 12 da MPV 1112/2022 e contamos com o apoio do Congresso Nacional para evitar esse retrocesso ao setor brasileiro de tecnologia da informação”, afirmou Italo Nogueira, presidente da Assespro.
Para crescer de forma mais robusta e tornar-se uma economia competitiva, segundo ele, o Brasil precisa investir continuamente e cada vez mais em inovação e tecnologia para disputar com as economias mais competitivas .
“O Brasil tem capital intelectual tecnológico formado por líderes que são capazes de acelerar o desenvolvimento de novos produtos e processos. Os modelos de fora são a prova cabal de que investir em tecnologia e inovação podem gerar resultados surpreendentes”, afirma Christian Tadeu, vice-presidente de Articulação Política da Federação Assespro.
Como exemplo, o presidente da Assespro ressalta que o investimento em ciência e tecnologia no Orçamento da União tem sido reduzido, em média, a 6,43% ao ano, passando de R$ 1,17 bilhão em 2013 para R$ 416 milhões em 2020.