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Áreas que podem alagar ou ter desabamento abrigam 6 mil famílias

Levantamento obtido pelo Metrópoles revela que, de 2016 até hoje, o número cresceu 20% e preocupa a Defesa Civil. Chuva agrava a situação

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Estragos causados pela chuva na Fercal
1 de 1 Estragos causados pela chuva na Fercal - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Quase 6 mil famílias de 19 regiões administrativas do Distrito Federal estão em locais considerados com grande ameaça de sofrerem desabamentos, deslizamentos e até mesmo inundações. É o que aponta o mais recente relatório da Defesa Civil com levantamento das chamadas áreas de risco, ao qual o Metrópoles teve acesso com exclusividade.

De acordo com o documento, de 2016 até hoje, houve um aumento de aproximadamente 20% de moradias ameaçadas, especialmente durante o período de chuvas. Essas unidades passaram de 4.762 para 5.702. No ano passado, eram 5.367 residências nessa situação.

São consideradas como de risco áreas com as seguintes características: proximidade a córregos e outros cursos de água; ausência ou precariedade de sistemas de drenagem de águas pluviais; falta de saneamento básico; fragilidades nas construções; localização de residências em lugares com declives acentuados; invasões ou ocupações em áreas de proteção ambiental; acúmulo de resíduos sólidos (entulhos e restos de obras) em locais inadequados, entre outras.

CBMDF/Divulgação
Uma casa caiu em Vicente Pires depois que a tubulação de águas pluviais se rompeu com a força da chuva, em 5 de dezembro

Endereços mais ameaçados

No total, há pelo menos 41 setores monitorados pelo órgão responsável por minimizar os impactos de possíveis desastres ambientais e sociais. O mapeamento compreende 25% de todo o DF. Os setores estão enquadrados nos índices de risco alto e muito alto: além de deslizamento e inundação, há ainda registros de casas construídas em região de assoreamento e de possíveis erosões.

A Estrutural – mais especificamente a região do Setor de Chácaras Santa Luzia – é a que apresenta o maior número de residências em locais considerados inadequados pela Defesa Civil: 1.320 mil casas estão em condições precárias. Na sequência, São Sebastião também está em estado de alerta, visto que mais de 600 famílias encontram-se em locais ameaçados.

De acordo com o órgão, há preocupações ainda com Vicente Pires e Arniqueira, local onde há mais de 30 erosões. Sol Nascente, Pôr do Sol, Fercal e Vila Rabelo, em Planaltina, estão em situação de emergência. Conforme o levantamento, as regiões com mais endereços ameaçados são Arniqueira e Fercal. Há, respectivamente, 25 e oito locais com alerta considerado como grave nessas regiões.

“A redução dos riscos instalados é um processo complexo que demanda o planejamento de políticas públicas integrados à gestão de risco, de forma a incorporar transversalmente nas ações da gestão pública estratégias que visam prevenção, mitigação, preparação, resposta e reconstrução dos potenciais desastres”, indica o relatório. A Defesa Civil trabalha na atualização do mapeamento. Será refeito todo o trabalho do último estudo, divulgado em 2015.

Situação piora com chuva

Com a chegada da chuva, os dados serão fundamentais para ajudar a evitar a ocorrência de graves incidentes. Ainda mais quando a Defesa Civil e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgam alertas de temporais, como ocorreu nessa quinta-feira (05/12/2019).

Os dois órgãos informaram que, até as 15h desta sexta-feira (06/12/2019), as cidades do DF serão atingidas por ventos fortes, que podem atingir velocidade máxima de 100km/h, o suficiente para destelhar casas (foto em destaque) ou até mesmo derrubar construções precárias.

Veja fotos dos estragos causados por temporais no DF: 

7 imagens
Lama toma conta de Vicente Pires nas primeiras chuvas pós-seca em 2019
Depois da seca, temporais transformaram ruas do Sol Nascente em rios de lama
Em alguns pontos do Sol Nascente, fica difícil para os carros passarem nas ruas tomadas por enxurradas
Casa destelhada após chuva: realidade em áreas de risco em dias de temporais e ventania
Casa destalhada após chuva na Fercal: ventos fortes podem derrubar construções mais precárias
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Após as primeiras chuvas deste ano, as ruas de Vicente Pires ficaram com muita lama

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Lama toma conta de Vicente Pires nas primeiras chuvas pós-seca em 2019

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Depois da seca, temporais transformaram ruas do Sol Nascente em rios de lama

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Em alguns pontos do Sol Nascente, fica difícil para os carros passarem nas ruas tomadas por enxurradas

Igo Estrela/Metrópoles
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Casa destelhada após chuva: realidade em áreas de risco em dias de temporais e ventania

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Casa destalhada após chuva na Fercal: ventos fortes podem derrubar construções mais precárias

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Em 2018, fortes chuvas abriram uma cratera que "engoliu" caminhonete Frontier em Vicente Pires

Michael Melo/Metrópoles

 

A Subsecretaria do Sistema de Defesa Civil mapeou 5.702 residências em situação de risco em dezenove regiões administrativas do Distrito Federal. O intuito do levantamento realizado visa mitigar os riscos, as ameaças e as vulnerabilidades quanto à incidência de desastres. A relação dos fatores, ameaças e vulnerabilidades é um forte condicionante à ocorrência de desastres, considerando a suscetibilidade a fenômenos naturais aumentado pelos riscos agravados pelas ocupações irregulares das áreas mapeadas

Trecho do relatório da Defesa Civil

Moradores orientados a deixar locais

A partir do levantamento, os moradores passam a ser notificados (foto abaixo) para deixarem o local e ficarem em segurança.

O Governo do Distrito Federal (GDF) disponibiliza programa para acolher a população ameaçada por situações de emergência e calamidade pública.

Reprodução / Defesa Civil
Durante levantamento, Defesa Civil notificava os moradores sobre risco em localidades do DF

 

A Defesa Civil também tem um caminhão a postos no caso de ocorrência de desastres naturais. Há colchões, cobertores, remédios e cestas básicas para emergências. A instituição conta com a parceria da Secretaria de Desenvolvimento Social para realizar o atendimento às comunidades afetadas.

Procurada, a Defesa Civil, vinculada à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF), informou apenas “que o levantamento de áreas de risco de 2019 está em fase de consolidação e será divulgado nos próximos dias”.

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