Após veto de Bolsonaro, campanha arrecada 3,6 mil absorventes em Goiás

Uma campanha criada após a polêmica do veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à distribuição gratuita de absorventes para mulheres carentes conseguiu arrecadar 3.626 unidades de absorvente e R$ 2.597,82 em dinheiro para compra de insumos de higiene feminina.

A ação foi iniciada pela Ouvidoria da Mulher da Câmara Municipal de Goiânia (GO) no início de outubro e finalizada no último dia 31. O balanço das doações foi divulgado nesta quarta-feira (3/11) pela vereadora Aava Santiago (PSDB), ouvidora da casa legislativa.

Segundo ela, o material será direcionado para refugiadas e estudantes da rede municipal e que necessitam do material de higiene.

“A solidariedade dos doadores superou nossas expectativas e reforçou nosso compromisso de tornar permanente a arrecadação para atender outros grupos vulneráveis”, explicou a parlamentar goiana.

Conforme a Unicef, o Fundo das Nações Unidas pela Infância, mais de 4 milhões de meninas brasileiras não têm acesso a itens básicos de cuidados menstruais.

Com o retorno positivo da iniciativa, a Comissão de Direitos Humanos municipal iniciou outra campanha direcionada para presidiárias do complexo prisional, que fica em Aparecida de Goiânia, município vizinho da capital de Goiás.

As doações podem ser feitas diretamente na sala da comissão, no prédio da Câmara, ou pelo pix 01457812169.

Dignidade menstrual

A arrecadação de absorventes faz parte de uma política permanente de enfrentamento da pobreza menstrual, promovida pela vereadora e que resultou em projeto de lei, ainda em tramitação na Câmara, para instituir o Programa Municipal de Promoção da Dignidade Menstrual.

A intenção é conscientizar o poder público e a sociedade para assegurar, especialmente para jovens de baixa renda, o acesso a insumos necessários ao período menstrual, a partir de parcerias com governos, empresas e instituições.