Após três anos, ex-governadora Maria de Lourdes Abadia deixa o PSB-DF
De acordo com a ex-titular do Palácio do Buriti, não há negociações para ingressar em outras siglas e vai dedicar tempo para escrever livro
atualizado
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Quase três anos após ter decidido deixar o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) para integrar as fileiras do Partido Socialista Brasileiro (PSB), a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia anunciou, nesta segunda-feira (11/1), que deixou a sigla.
Em conversa com a coluna Janela Indiscreta, a ex-deputada federal constituinte disse que a decisão não foi tomada por uma situação específica, mas prefere dedicar o tempo, a partir de agora, à elaboração de um livro sobre a história de Ceilândia, cidade do Distrito Federal que ajudou a fundar.
“Por enquanto, permaneço fora de qualquer partido. Minha intenção agora é me dedicar ao livro sobre a criação de Ceilândia. Tenho muita coisa para selecionar até que a obra seja concluída”, disse. O projeto foi revelado em dezembro pelo Metrópoles.
Em abril de 2018, Abadia havia confirmado que aceitaria o convite do então governador Rodrigo Rollemberg (PSB) para fortalecer a legenda. À época, ela chegou a ocupar a Secretaria de Projetos Especiais, pasta criada pelo socialista para abrigá-la no primeiro escalão do governo não reeleito.
Procurado, o comando local do PSB lamentou a desfiliação de Maria de Lourdes Abadia do partido. “Muito nos orgulha ter contado com a ex-governadora entre nossos quadros partidários. Uma liderança que tem um importante legado para a política do DF e do Brasil. Desejamos muito sucesso em sua caminhada e ressaltamos que sempre poderá contar com todo nosso carinho, respeito e admiração”, frisou.
Ninho tucano
Embora fosse fundadora do PSDB, a ex-governadora assumiu posição de confronto com o presidente local do partido, o hoje senador Izalci Lucas (DF). O atrito chegou a níveis estratosféricos no final de 2017, quando ela aceitou convite para integrar a equipe do Palácio do Buriti, apesar da ferrenha oposição que o congressista fez à gestão de Rollemberg.
Abadia foi eleita vice-governadora e também ficou à frente do Executivo em 2006, no lugar de Joaquim Roriz. No Parlamento, foi deputada distrital e federal. Ajudou a consolidar a maior cidade do Distrito Federal, Ceilândia.
Em 1972, começou a trabalhar no Centro de Desenvolvimento Social (CDS), responsável pela integração dos moradores do novo núcleo habitacional. Logo foi convidada pelo então governador Hélio Prates para assumir a Administração de Ceilândia. O nome do estádio Abadião é também em sua homenagem.
Além do PSDB e do PSB, Abadia chegou a ser filiada ao PFL, sigla que foi rebatizada como Democratas (DEM).