Após remoção, Paco Britto diz que obra de Galeno será patrimônio do DF
Governador em exercício determinou a remontagem da calçada criada pelo artista que foi desmontada pela Administração de Brazlândia
atualizado
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O governador em exercício, Paco Britto (Avante), afirmou nesta terça-feira (13/7) que decidiu iniciar o processo para o tombamento da obra de Francisco Galeno, em Brazlândia, como Patrimônio Histórico e Cultural do Distrito Federal.
O atual comandante do Palácio do Buriti esteve no local onde o calçadão de pedras portuguesas da orla do Lago Veredinha foi arrancada pela administração da cidade para realização de obras na região. De acordo com Paco, a calçada será completamente restaurada e garantiu que não haverá risco de adulteração do projeto original.
“Estive pessoalmente no local e determinamos que a obra de Galeno seja tombada como Patrimônio do DF. Vamos encaminhar o processo ao Conplan [Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal] nos próximos dias. O calçadão será restaurado com a consultoria do escritório do artista”, disse.
Veja o vídeo
Entenda o caso
Na manhã de segunda-feira (12/7), parte da memória cultural da cidade foi arrancada pela administração de Brazlândia, sem aviso, conforme denunciou o filho do piauiense em vídeo divulgado nas redes sociais.
Na imagem, João Galeno mostra um trator arrancando a estrutura, durante serviço de recuperação do local, usado pela população para a prática de exercícios e esportes. “Deveria ser um patrimônio”, salienta o filho do artista, que também criou os painéis da Igreja Nossa Senhora de Fátima, a Igrejinha da 307/308 da Asa Sul.
“Quando vi o vídeo, fiquei muito triste. Foi como se tivessem arrancado um pedaço de mim. É como um filho que você fez, que viu nascer, que viu crescer, e de repente, começam a maltratar e arrancam de você”, lamenta Francisco Galeno.
Em entrevista, o artista disse não ter recebido nenhuma notificação e que foi pego de surpresa com a destruição da obra. “Imagina eu vendo o meu trabalho sendo arrancado sem ter uma razão plausível?”, questiona Galeno.
O artista conta que a obra do calçadão foi uma das maiores da sua carreira, e também de maior valor afetivo, por ter sido realizada na cidade onde foi criado e descobriu o talento para as artes.
“Foi um trabalho minucioso, de meses. Quando ficou pronto, o resultado me deixou muito feliz. Principalmente por ser um trabalho público, em benefício da cidade e dos moradores de Brazlândia”, ressalta. “Se de fato tirarem o calçadão, vai ser uma perda terrível. Já somos tão carentes de arte”, conclui.