Após morte de Marielle, sindicalista do DF faz desabafo em texto
Diretora do Sinpro-DF, Rosilene Corrêa afirmou que o caso mostra que não bastam discursos meigos às mulheres: “Não permanecem uma semana”
atualizado
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Com a repercussão do assassinato brutal da vereadora carioca Marielle Franco, após denunciar o 41º Batalhão da Polícia Militar de Acarí (RJ) pelo assassinato de jovens da favela, a diretora do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) Rosilene Correa escreveu um desabafo. Em artigo, a professora aposentada afirma que tanto a crueldade contra a vereadora do Rio de Janeiro quanto a violência contra professores na cidade de São Paulo refletem a intolerância vivida nos dias de hoje.
Segundo Rosilene, não são apenas as mulheres que sofrem a violência contra a luta política. “Em 2016, 66 defensores dos direitos humanos foram assassinados no Brasil, isso acompanhado do aumento nos casos de torturas, chacinas, massacres e uso intensivo da força, tanto de policiais quanto de ações de milícias. Ainda no primeiro semestre de 2017, já tinham sido computados 42 assassinatos de defensores dos direitos humanos, conforme dados do Comitê Brasileiro de Defensores de Direitos Humanos”, completou.“O ataque constante aos direitos humanos é a prática cotidiana do fascismo. Ao defender um regime autoritário, policialesco e totalitário, os fascistas veem os direitos humanos como o empecilho mais imediato aos seus fins. Usam todos os meios que dispõem para gerar, na população, a desconsideração com os direitos humanos e a intolerância com a diversidade social”, registrou.
A sindicalista afirma que o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, mostrou a todos que não bastam discursos meigos, flores e bombons. Eles não permanecem nem uma semana. “Precisamos de mudanças profundas em nossa sociedade, resgatando a tolerância entre as pessoas e o respeito entre as instituições e o poder democrático”, finalizou.