Após ameaçar antifascistas, servidor da PF é expulso de grupo da UnB
Odilton Sousa Júnior publicou comentários de ódio contra movimento antifascismo e disse querer “atropelar” quem tentar restringir liberdade
atualizado
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O servidor da Polícia Federal que publicou no Facebook comentários de ódio contra o movimento antifascismo foi expulso nesta terça-feira (02/06) do grupo da Universidade de Brasília (UnB). Odilton Sousa Júnior acabou removido após o Metrópoles revelar ameaças a manifestantes que preparam ato para o próximo dia 7 de junho. Nesta noite, ele também excluiu sua conta no Facebook.
Odilton é técnico administrativo da PF e estudante do curso de direito na instituição de ensino superior, mas foi retirado da comunidade virtual por ter infringido as regras de uso.
Em comentário no chamamento para um protesto em Brasília, o servidor diz que ficar em casa deixou de ser “conveniente”. E escreve, logo abaixo da postagem principal: “Eu vou de carro para passar por cima de quem restringir a minha liberdade”.
Em nota compartilhada, o administrador do grupo Christian Thomas Oncken justificou a decisão (veja abaixo a nota completa). “Prezamos pelo respeito às leis brasileiras quanto a esse tipo de situação. Não iremos expor o grupo a ações judiciais decorrentes de atos individuais de membros”, escreveu para os mais de 11 mil participantes.
Confira a mensagem do administrador da comunidade e do servidor da PF:
Os comentários de Odilton fazem menção a uma manifestação marcada pelo chamado grupo de esquerda Antifa (antifascistas). O texto levou a Polícia Federal a abrir procedimento para investigar a conduta do servidor.
Veja a nota na íntegra:
“Por meio desta postagem, viemos nos pronunciar referente à notícia abaixo identificada, na qual o membro em questão não faz mais parte do grupo. Prezamos pelo respeito às leis brasileiras quanto a esse tipo de situação. Não iremos expor o grupo a ações judiciais decorrentes de atos individuais de membros. Colaboraremos com as autoridades. Fortalecemos nosso respeito à liberdade de expressão dentro dos limites da plataforma e da lei. Essa nota é ancorada na administração e moderação do grupo de forma unânime. Christian Thomas Oncken”.
Outro lado
O Metrópoles entrou em contato com o homem por meio de suas redes sociais. Ele afirmou que não pertence mais aos quadros da PF. Sobre a publicação feita no grupo da UnB, Odilton não se mostrou arrependido.
“Vou toda semana, com minha esposa e filhas, às manifestações [em apoio ao presidente Jair Bolsonaro] e não hesitaria para proteger a integridade física da minha família (sic)”, disse.
Procurada, a direção-geral da PF confirmou tratar-se de um integrante de seus quadros e respondeu, por meio de nota, que a postura do servidor será alvo de apuração.
“A pessoa citada pertence ao quadro de servidores da Polícia Federal, e as imagens estão sendo encaminhadas para os setores de controle para a devida análise”, diz o texto.