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Aécio Neves detona tucanos por silêncio sobre saída de Alckmin do PSDB

Ex-presidente da legenda mandou recado indireto para atual governador de SP, Joao Doria, com paráfrase de Brizola: “Política adora traição”

atualizado

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Aécio Neves
1 de 1 Aécio Neves - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O deputado federal Aécio Neves (MG) divulgou uma carta aberta ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) com um desabafo pelo “silêncio constrangedor” das lideranças sobre a possível desfiliação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin.

No texto, o parlamentar – que já presidiu a legenda – reclama da falta de posicionamento do ninho tucano e relembra a trajetória do paulista, que foi um dos fundadores da sigla.

“Desde a fundação do PSDB, em 1988, Geraldo nos representou com firmeza e dedicação em vários momentos históricos. O silêncio de muitas das nossas lideranças, testemunhas da lealdade e generosidade do ex-governador, diminui o PSDB e não honra a nossa trajetória”, pontuou.

Aécio Neves também afirmou que o PSDB tem uma dívida de reconhecimento e gratidão com o ex-governador e possível candidato ao Palácio dos Bandeirantes em 2022. Sem citar nomes, o parlamentar direciona as críticas especialmente ao atual governador paulista, João Doria.

“Os valores e o significado do nosso partido não podem se submeter à força de uma máquina administrativa ou de projetos pessoais que nada têm a ver com nossa história. Insisto: o silêncio de nossos líderes, especialmente alguns de São Paulo, que trabalharam a seu lado ou dele receberam decisivo apoio em suas trajetórias, atualizam, lamentavelmente, a velha máxima, segundo a qual, na política, o dia da gratidão é a antevéspera da traição, ou, como diria Leonel Brizola: ‘a política ama a traição, mas abomina o traidor.'”

Leia a íntegra:

Nota aberta ao PSDB

Silêncio constrangedor!

Conversei recentemente com o ex-governador Geraldo Alckmin e considero incompreensível o silêncio do PSDB sobre a sua eminente saída do nosso partido.

Eu o conheci quando chegamos, em 1987, para a Assembleia Nacional Constituinte, apresentado pelo então Senador Mário Covas.

Desde a fundação do PSDB, em 1988, Geraldo nos representou com firmeza e dedicação em vários momentos históricos.

O silêncio de muitas das nossas lideranças, testemunhas da lealdade e generosidade do ex-governador, diminui o PSDB e não honra a nossa trajetória.

A história do nosso partido não começou ontem. Temos uma longa trajetória de lutas e conquistas em favor do Brasil, e Geraldo esteve presente em todas elas.

O PSDB tem com ele uma dívida de reconhecimento e gratidão.

Os valores e o significado do nosso partido não podem se submeter à força de uma máquina administrativa ou de projetos pessoais que nada têm a ver com nossa história.

Insisto: o silêncio de nossos líderes, especialmente alguns de São Paulo, que trabalharam a seu lado ou dele receberam decisivo apoio em suas trajetórias, atualizam, lamentavelmente, a velha máxima, segundo a qual, na política, o dia da gratidão é a antevéspera da traição, ou, como diria Leonel Brizola: “a política ama a traição, mas abomina o traidor.”

Ao governador Geraldo Alckmin, meu respeito e minha solidariedade.

Aécio Neves
Deputado Federal e ex-presidente nacional do PSDB”

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