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Bolsonaro tenta driblar “carona” de candidatos em fotos

Presidente tem se mostrado receoso com apoiadores que comparecem ao Palácio da Alvorada e disputarão eleições municipais de 2020

atualizado

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De olho nas eleições para prefeitos e vereadores nos 5.570 municípios do Brasil, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) vem demonstrando preocupação com o uso não autorizado de sua imagem para fins eleitorais no pleito de outubro deste ano. Bolsonaro já demonstrou desconforto na presença de apoiadores com pretensões políticas.

O Metrópoles levantou as manifestações do presidente nas quais ele questionou se o apoiador era político ou candidato após ser abordado, no Palácio da Alvorada, por seus seguidores. Todos os dias, dezenas de pessoas esperam um aceno de Bolsonaro em frente à residência oficial. Desde meados do ano passado, o chefe do Executivo passou a parar o comboio, descer do carro e cumprimentar os visitantes. Desde o início de 2020, porém, ele tem passado a perguntar se alguns deles são políticos ou candidatos na próximas eleições. Entre 1º de janeiro e esta sexta-feira (06/03/2020), o mandatário confrontou 16 pessoas com a pergunta: “Você é candidato?”.

Bolsonaro mantém breves diálogos com algumas das pessoas que o esperam sair, todos os dias, do palácio. O questionamento geralmente vem a partir de demandas específicas para determinada região. Um desses seguidores, ao pedir que intercedesse por apoio junto à Secretaria de Esportes para um projeto esportivo em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, ouviu de Bolsonaro uma resposta evasiva. “Por que você está querendo saber disso? Você é candidato?”, indagou o presidente. “Não, ainda não”, respondeu o seguidor. Nesta ocasião, visivelmente incomodado, o presidente encerrou o assunto e partiu para cumprimentar o restante das pessoas.

Recusa de foto

Ainda que ciente de um eventual uso eleitoral por parte dos apoiadores com quem se deixa fotografar, Bolsonaro raramente nega uma selfie a seus eleitores. Em apenas duas ocasiões ele recusou o registro e ambas envolvem pessoas que fizeram o gesto de “ok”, unindo o dedo polegar e o indicador. “Vê essa foto que ele tirou aí, vai pegar mal pra mim”, reclamou.

O gesto, que pode significar “ok” e em algumas regiões do Brasil têm uma conotação obscena, recentemente ganhou um novo significado para grupos extremistas americanos e foi adicionado a uma lista de símbolos de ódio pela Liga Antidifamação (ADL), organização dos Estados Unidos que monitora crimes de ódio.

Na data dos episódios, ocorridos em dois dias consecutivos, Bolsonaro não especificou a razão da irritação. Da primeira vez, ao perceber o gesto nas mãos de um grupo de jovens, o presidente saiu antes que a câmera fizesse o registro. No segundo caso, pediu a um segurança que visse a selfie feita por um homem, sugerindo que a apagasse.

Fora das eleições

O partido político que Jair Bolsonaro pretende criar, o Aliança Pelo Brasil, ainda não conseguiu assinaturas suficientes e anunciou nessa sexta-feira (06/03) que ficará de fora do processo eleitoral para escolher prefeitos e vereadores.

“Não discuto política. Se meu partido não tiver candidato, não vou me meter em política municipal no corrente ano, ponto final”, garantiu o presidente, antes de receber o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), no dia 15 de janeiro.

Bolsonaro chegou a defender que não tem controle sobre as pessoas com quem é fotografado. “Pegaram um cara que falou que é miliciano e tem uma foto comigo. Agora, eu tiro 50 fotos por dia. Não tenho culpa se o cara tá devendo alguma coisa, né?”, afirmou.

O presidente não citou quem era o miliciano, mas chegou a reclamar de tentativas de associá-lo à morte da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ) e do motorista Anderson Gomes por suposta relação com um dos investigados, Ronnie Lessa, que possui casa no mesmo condomínio de Bolsonaro, o Vivendas da Barra, e já foi clicado ao lado do chefe do Executivo.

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