Bolsonaro foge de jornalistas no Alvorada e vai ao HFA
Caminho é utilizado pela comitiva para fugir dos holofotes. Presidência não informou o motivo da visita ao hospital
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deixou o Palácio da Alvorada, na manhã deste domingo (29/3), por uma estrada de chão alternativa, paralela ao Lago Paranoá, com saída pela residência oficial da vice- presidência. O caminho é normalmente utilizado pela comitiva para despistar a imprensa.
Após passar pelo Palácio do Jaburu, os carros do comboio permaneceram por alguns minutos na casa do vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), antes de partirem. Depois, ele visitou alguns comércios abertos na capital federal. Decreto do Governo do Distrito Federal (GDF) determina que apenas serviços considerados essenciais podem funcionar.
Bolsonaro seguiu para um posto de gasolina, onde tirou fotos com frentistas e conversou com algumas pessoas que estavam por lá. Ele ainda visitou uma farmácia, uma padaria e um supermercado no Sudoeste.
Depois, o presidente foi ao Hospital das Forças Armadas (HFA), onde ficou por 20 minutos. O Metrópoles questionou a assessoria do Palácio do Planalto sobre o motivo da visita. A Secretaria de Comunicação ainda não se manifestou.
O HFA está no meio de um embate com o GDF. Isso porque a Secretaria de Saúde quer saber o resultado dos exames de coronavírus de todos os integrantes da comitiva do presidente que esteve nos Estados Unidos.
Exames
Na última semana, a Justiça Federal decidiu extinguir a ação para exigir que a unidade repassasse as informações. A decisão foi divulgada na sexta-feira (27/03) e assinada pela juíza Raquel Soares Chiarelli, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
A comitiva que viajou aos EUA realizou o exame no HFA, mas faltaram dois nomes na lista. O GDF chegou a ganhar na Justiça direito a acesso aos exames. O hospital alegou, no entanto, que, por ser vinculado à União, não se submetia às regras distritais.
Para justificar a nova decisão, a magistrada do TRF-1 disse que a Secretaria de Saúde passou a ser informada sobre todos os casos de Covid-19 registrados na unidade hospitalar e que os dados conferem com o do Ministério da Saúde. Por isso, não havia mais razão para prosseguir com a ação.