Bolsonaro diz que “namora” partido do qual será “dono”
Presidente admitiu que conversa com outro partido, mas não citou nome. O Aliança pelo Brasil não deve se viabilizar até as eleições de 2022
atualizado
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Em conversa com apoiadores na manhã desta segunda-feira (8/3), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que está “namorando” outro partido, do qual viraria “dono” se a relação avançar, como alternativa caso a sigla que pretende fundar, o Aliança pelo Brasil, não saia do papel. O mandatário, porém, não citou qual seria esse partido.
“Eu estou namorando outro partido, onde eu seria dono dele, como alternativa se não sair o Aliança, você está entendendo? Não é essa coisa de você estar namorando um cara, dá errado e vou namorar aquele outro. Não é isso, não. Mas na política eu tenho que ficar ligado. Então, há a possibilidade de eu ter um outro partido, porque a burocracia é muito grande. Não é apenas assinar a ficha, é certificar em cartório… Uma complicação terrível aí”, disse ele na saída do Palácio da Alvorada.
Sem partido há mais de um ano, o presidente é cortejado por diversas legendas, como PTB, PL, PP e Patriota. Segundo o portal R7, o presidente decidiu filiar-se ao Partido da Mulher Brasileira (PMB), sigla que atualmente não possui representação no Congresso Nacional. A reportagem aponta que Bolsonaro pretende mudar o nome do partido.
O chefe do Executivo federal anunciou intenção de fundar uma agremiação própria em novembro de 2019, quando deixou o PSL — partido pelo qual foi eleito em 2018 — após divergências com um grupo de parlamentares e o presidente nacional da sigla, o deputado federal Luciano Bivar (PE).
Para registro de um partido no Brasil, são necessárias 491.967 assinaturas. Até o momento, não foi apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o número mínimo de assinaturas. Em função das dificuldades em reunir os apoios, Bolsonaro já disse que terá que optar por outra sigla até março.
A legislação eleitoral determina que o candidato precisa se filiar a uma legenda até seis meses antes do início do primeiro turno, que ocorre no primeiro domingo de outubro.
Críticas a Doria
O presidente também criticou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que fez campanha nas eleições de 2018 pregando o voto combinado nele, para o governo paulista, e em Bolsonaro, para o governo federal. A apoiadores que questionaram a aliança apregoada pelo governador, Bolsonaro se desvinculou da relação.
“A senhora não me viu fazendo campanha ao lado dele, não me viu. A senhora não me viu tirando foto… Prova o caráter dele: acabou as eleições, ele foi cuidar da vida dele como candidato em 22 já, ele se acha o… Não vou discutir esse cidadão, não.”
“Ele foi no Rio de Janeiro para conversar comigo naquela época, ele continuou falando Bolsodoria, porque interessava para ele”, prosseguiu Bolsonaro.