Bolsonaro afirma que decidirá novo partido com aliados que hoje estão no PSL
Presidente se reuniu com ala da bancada que o apoia na manhã desta quarta-feira (27/1). Decisão sobre legenda será tomada em março
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quarta-feira (27/1) que a decisão sobre o partido que passará a integrar será feita em conjunto com parlamentares do PSL alinhados a ele. O presidente recebeu parte da bancada de seu antigo partido na manhã desta quarta, na residência oficial do Palácio da Alvorada.
“Encontro foi político, tratando de eleição de Mesa. Esse pessoal que foi lá [café da manhã no Alvorada] é o pessoal que está do nosso lado no PSL. Vou reunir com eles novamente para discutir questão partidária, porque não vou eu ir para um partido para depois falar para eles: ‘Olha, fui para tal partido’. Quero participar com eles nessa construção de qual partido nós iremos a partir de março”, disse Bolsonaro a jornalistas, após agenda no Ministério da Economia.
Esta semana, Bolsonaro disse a apoiadores que há “muita burocracia e tempo insuficiente” para criar seu partido, o prometido Aliança pelo Brasil. Ele pretende se filiar a outra legenda até março para disputar a reeleição em 2022.
Desde novembro de 2019, quando Bolsonaro deixou o partido pelo qual se elegeu presidente, o PSL está rachado entre o grupo fiel ao mandatário e a ala alinhada ao presidente da sigla, o deputado federal Luciano Bivar (PE). Na disputa pela presidência da Câmara, o partido mudou de lado depois de pressão do grupo bolsonarista.
Inicialmente, o PSL integrava o bloco do candidato Baleia Rossi (MDB-SP), postulante apoiado por Rodrigo Maia (DEM-RJ). No entanto, 36 deputados da sigla declararam apoio a Arthur Lira (PP-AL), candidato do Palácio do Planalto, e o partido migrou para o outro bloco.
Disputa na Câmara
Mais cedo, após o encontro com deputados do PSL, o presidente admitiu interferência do Planalto na eleição para o comando da Câmara.
“Viemos fazer uma reunião aí com 30 parlamentares do PSL. E vamos, se Deus quiser, participar e influir na presidência da Câmara com esses parlamentares, de modo que possamos ter um relacionamento pacífico e produtivo para o nosso Brasil”, disse a apoiadores.
A eleição interna para o comando da Câmara dos Deputados e do Senado Federal está marcada para o dia 1º de fevereiro. O voto é secreto e o deputado e senador que serão eleitos pelos pares na próxima semana vão comandar as Casas pelos próximos dois anos.