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Rosália Peixoto encanta com suas pinturas em porcelana

Ela desenvolve e pinta as peças que já foram expostas até no exterior. O talento e a admiração pelas artes veio da família pernambucana

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Brasília (DF), 25/09/2017 Atelie de pintura de Rosalia Peixoto Local: Lago sul | QL 12 13 1Foto: Felipe Menezes/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 25/09/2017 Atelie de pintura de Rosalia Peixoto Local: Lago sul | QL 12 13 1Foto: Felipe Menezes/Metrópoles - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

Maria Rosália Wanderley Peixoto é uma rara personalidade em Brasília. Quem convive com ela, relata que ela é uma anfitriã nata.

Porém, o que nem todas as pessoas conhecem é o lado artístico de Rosália. A pernambucana, radicada em Brasília desde 1991, possui a habilidade de pintar em peças de porcelana. Formada em desenho industrial e artes plásticas pela Universidade de Pernambuco, a artesã é grande conhecedora e incentivadora da arte brasileira. O encontro com essa técnica artística aconteceu em 2002, quando ganhou um item pintado por uma amiga.

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Pintadas por Rosália, peças em porcelana viraram a base de um abajur

 

Encantada, Rosália dispôs-se a participar das aulas de pintura junto com sua amiga no ateliê Clarart, da professora Clara Helena. Até hoje frequenta as aulas, rigorosamente, às quartas-feiras. “Somos apenas seis alunas na turma. Caso eu tenha algum compromisso, saio antes para não me atrasar. É a melhor terapia que poderia fazer. Atualmente, não tenho feito outra coisa além de pintar”, conta.

Sob a orientação da professora, Rosália fez sua primeira exposição em 2004. A estreia aconteceu na Embaixada de Portugal. Com o sucesso do evento, seguiu para outras mostras. Suas peças passaram pela Legião da Boa Vontade (LBV), novamente pela embaixada lusitana e foram parar em Campos do Jordão (SP) e no México.

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A artista expressa sua fé católica nas peças, como o nascimento de Jesus

 

O amor pela técnica foi tão grande que Rosália construiu um ateliê em sua casa. “Como tenho meu próprio forno e todo o material para trabalhar, não preciso levar as peças para queimar na escola onde tenho aulas”, explica. “Prefiro trabalhar durante o dia, com a luz solar. Aliás, nunca fui muito fã de trabalhos e estudos noturnos. Adoro a luz do sol”, confidencia.

As peças pintadas à mão são sucesso de encomendas pelas redes sociais no perfil @ro_porcelanas. As mais especiais viram presentes para amigos e familiares. Recentemente, a confeitaria Labecca Café fez uma grande encomenda para compor com os chocolates belgas, minipanetones e outras delícias natalinas.  

Confira algumas peças pintadas por Rosália e expostas em sua própria casa:

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Processo criativo
Para se inspirar, Rosália navega pela internet, conversa com amigas e professoras no ateliê e, claro, admira a natureza. Como a técnica exige um material específico, a artista costuma comprar os itens ainda brancos. As tintas especiais vêm em pó – só ganham a consistência necessária para a pintura quando misturadas com óleo, inclusive para oferecerem um efeito mais bonito depois que forem queimadas.

“A queima da porcelana exige uma temperatura de 740º a 800º C em forno próprio. A peça pode ir várias vezes ao forno para retoques, mas, uma vez queimada, a tinta fica permanente na louça e não é possível remendar”, explica a artista sobre o processo.

Como coloca o melhor de si em cada criação, Rosália evita eleger uma peça favorita. “Algumas me marcam mais pelo valor sentimental – como as pintadas para minhas filhas e família ou as relacionadas com a minha cidade – do que pela complexidade da produção”, conta.

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As tintas chegam em pó e são misturadas com óleo para obterem a consistência ideal
Pincéis de todos os tamanhos auxiliam nos detalhes dos desenhos
Rosália Peixoto montou um ateliê em sua casa, no Lago Sul
As porcalanas são pintadas com muita dedicação
Ferramentas de trabalho da artesã
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Antes de pintar uma peça, Rosália faz os traço do desenho com um lápis

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As tintas chegam em pó e são misturadas com óleo para obterem a consistência ideal

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Pincéis de todos os tamanhos auxiliam nos detalhes dos desenhos

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Rosália Peixoto montou um ateliê em sua casa, no Lago Sul

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As porcalanas são pintadas com muita dedicação

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Ferramentas de trabalho da artesã

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Peça pronta!

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Recortes de desenhos de papel ilustram as peças de porcelana

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Rosália busca inspiração na internet, nas aulas e na própria natureza

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Raízes
Rosália chegou a Brasília em 1991 na companhia do marido, o empresário Lourenço Peixoto. Juntos há 35 anos, os dois constituíram uma família pautada no amor pelas artes. As filhas Júlia e Sofia são arquitetas e trabalham com design gráfico. Joana, a caçula, é formada em gastronomia e moda, e atualmente especializa-se na técnica de pâtisserie (panificação francesa) em Chicago, nos Estados Unidos.

Na residência da família, no Lago Sul, as paredes são coloridas por artistas como o piauiense Francisco Galeno, o paraibano João Câmara Filho e pelo ilustrador pernambucano Reynaldo Fonseca. Até o piso da casa traz referências artísticas à arte barroca, com cerâmicas assinadas por Francisco Brennand, artista conterrâneo e bom amigo da família.

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O frevo de Pernambuco, terra natal de Rosália, faz a pintura dessas peças serem ainda mais especiais

 

A mãe de Rosália, dona Zezé, possuía muitos talentos manuais e os reproduzia em bordados e costuras. A influência materna inspirou os filhos Antônio Henrique e Lígia Cavalcanti Wanderley a serem artistas plásticos.

Pelo outro lado, o avô de Lourenço Peixoto foi professor de belas artes e artista plástico em Maceió (AL), tendo a técnica do paralelismo em óleo sobre tela como a sua. Há dois anos, os colecionadores Lourenço e Rosália inauguraram a galeria Éle Pê, no Lago Sul, em homenagem ao avô do patriarca. No espaço, incentivam e divulgam a arte brasileira, principalmente, a nordestina.

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A artista Rosália Peixoto e suas obras no jardim de sua casa, no Lago Sul

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