Pré-estreia do filme sobre maestro Claudio Santoro emociona convidados
História do fundador da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional é narrada em documentário de John Howard Szerman
atualizado
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Entusiastas da música clássica, curiosos e admiradores do trabalho do primeiro maestro da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, Claudio Santoro, encontraram-se na noite dessa quarta-feira (7/3) para a pré-estréia do filme Santoro – O Homem e Sua Música.
Antes de assistirem à obra, os convidados se reuniram para um pocket show do Quarteto de Cordas do Teatro Nacional, com o maestro Claudio Cohen no violino.
Após o show, todos seguiram para a sala de cinema, onde foram recebidos com pipoca, refrigerante e palavras emocionadas do diretor inglês John Howard Szerman, radicado no Brasil.
“Eu fui muito motivado pela Gisele Santoro, viúva de Claudio, a fazer um filme para o músico. Ela me disse que não tinha nada documentado sobre o maestro e ele iria cair no esquecimento. Comecei a gravar as imagens em janeiro de 2012, com dinheiro do Fundo de Apoio à Cultura do DF”.
O encontro foi marcado por discursos paralelos elogiando a iniciativa de preservar a memória do maestro. Claudio Santoro, fundador do Departamento de Música da Universidade de Brasília e da orquestra do Teatro Nacional de Brasília, é considerado um dos principais músicos eruditos do Brasil, ao lado de Carlos Gomes e Villa-Lobos, no currículo, compôs 600 peças em 50 anos de carreira.
Além disso, Claudio foi responsável por inserir ritmos eletrônicos à música clássica e fez parceria com Vinícius de Moraes, na canção 13 Poemas de Amor.
“Muita emoção com a estreia do filme nos cinemas. Ainda mais porque ano que vem é o centenário dele. Já começamos a preparar as homenagens”, disse Gisele Santoro, viúva do maestro.
Claudio Cohen, atual maestro da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, orgulha-se de ter sido aluno de Santoro e relembra o professor. “Mesmo nascido no Amazonas [estado para o qual criou hino], ele levava o sangue italiano a sério. Falava alto, gesticulava e tinha seus pupilos como filhos”, relembra.
Finalizado em 2015, o filme chegou às telas de cinema somente em 2018 por motivos comerciais. “Até você convencer os exibidores, é demorado, porque um documentário não traz bilheteria. Mas, dei sorte do Ademar Oliveira, do circuito Itaú, me oferecer oito salas para colocar em cartaz duas vezes por semana, duas sessões por dia. Isso me deu uma animada”, conta.
Um dos momentos mais emocionantes do filme foram os depoimentos sobre a morte do músico. Um infarto fulminante, em cima do palco do Teatro Nacional, enquanto regia a orquestra que leva o seu nome, tirou a vida de Claudio Santoro, em 27 de março de 1989.
Música: Quarteto de Cordas do Teatro Nacional | Bolo: Renata Diniz | Apoio: Shopping Casa Park