Conheça as designers que apostam no crochê com bossa e exportam moda
Dentre as novidades para a temporada, as experts investem em bodies, chockers, biquínis, bomber jackets e hoodies
atualizado
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As texturas rústicas nunca estiveram tão em alta. Assim como a pegada artesanal das roupas, cada vez mais valorizada. Feitos à mão, o tradicional crochê ganha destaque nesse momento fashion e chama atenção de estilistas brasileiras, responsáveis por exportar a cultura do ponto com design autoral.
Nas mãos de designers como Helen Rodel, Vanessa Montoro, Giovana Dias e Cecília Prado, a técnica deixa de lado o colorido regional para atender a demanda de uma clientela sofisticada, que busca uma criatividade cool.Usando materiais naturais, como fios de seda pura ou algodão egípcio, os ponto-a-pontos esculpem os corpos e viajam pelo beachwear de luxo até vestidos de festas.
Entre os nomes a serem vistos – e arrematados – é alto o burburinho em torno da gaúcha Helen Rödel. Recentemente ela vendeu sua coleção Spring/Summer 2017 para o badalado e-commerce internacional Moda Operandi.
Em uma coleção de peças limitadas, com motivos botânicos e referências ao samba, Helen aposta em recortes e modelos que misturam influências como a Art Nouveau e Art Deco. “Tento apenas traduzir nas minhas peças tudo de novo que vejo ao meu redor e me agrada. Sem me apegar tanto a tendências e seguindo a minha própria intuição”, afirma.
A estilista paulistana Vanessa Montoro costura de forma artesanal em fios de seda tingidos naturalmente, criando babados e vestidos românticos. Uma das pioneiras a tirar a material do ambiente praiano e migrá-lo para as festas, Montoro atende pedidos sob medida para clientes como Duda Portella Amorim, Donata Meirelles e as irmãs Maria e Lalá Rudge.
“Me destacava muito usando as peças criadas por minha avó. Elas se diferenciavam dos produtos da massa. Foi quando reparei que o crochê era único”, relembra ela. Para o Verão 2017, Vanessa criou uma linha de acessórios com chokers de crochê e traz uma nova leitura do seu hit de vendas: o body.
Giovana Dias teve sua primeira coleção de biquínis vendida nas praias do litoral baiano há quase duas décadas e hoje celebra seu retorno à Trancoso com a pop up store sediada na casa da artista plástica Joana Vieira, no Quadrado.
“No começo eram só roupas de praia. Hoje produzo tudo com crochê, até bolsas e sapatos. Estou em um momento de renovação. Voltar para a Bahia, onde tudo começou, representa essa fase”, contou sobre a recém lançada coleção de rasteiras e bolsas de ráfia com aplicação da técnica.
Neste verão, seus modelos vestiram os corpos de Grazi Massafera, Helena Bordon e Marina Ruy Barbosa.
Completando o time de protagonistas do crochê nacional, a mineira Cecília Prado comemora 15 anos de carreira com a exportação de 70% de suas criações para os 23 países onde é comercializada, inclusive em multimarcas como Neiman Marcus, Saks e Anthropologie.
O mood de brasilidade é reverenciado em cada coleção, com detalhes tropicais que fazem referência às praias favoritas da designer como São Miguel dos Milagres, Fernando de Noronha e Ponta dos Ganchos. Em sua mais recente coleção de beachwear, batizada de Cecília Prado Mare, ela aposta em shapes retos, recortes estratégicos e pontos mais abertos para garantir fluidez extra. Já em sua linha Black, Cecília brinca com fios de lurex para dar brilho às criações.
“Como nossa marca é muito forte no exterior sinto que as minhas coleções precisam levar a beleza do Brasil. Nós somos abençoados com cenários maravilhosos que o mundo precisa conhecer. Isso me inspira sempre”, garante ela, que tem sua coleção vendida em solo brasiliense pela multimarcas Wish.