Restaurantes com garçons da “velha guarda” redobram precauções em abertura
Casas como Xique-Wique e Dom Francisco estão mantendo os funcionários afastados, enquanto Libanus e Beirute tomaram medidas especiais
atualizado
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Portas abertas e salões em funcionamento: assim acordaram inúmeros restaurantes de Brasília nesta quarta-feira (15/7), após a retomada das atividades determinada pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Apesar de abertos, o “novo normal” desses estabelecimentos é recheado de regras que serão fiscalizadas. As medidas são para evitar que o número de infectados e mortos pela Covid-19 na capital do país cresça ainda mais.
Contudo, alguns endereços gastronômicos da cidade, já conhecidos pelos moradores, contam com colaboradores idosos, pertencentes ao grupo de risco. Nesse caso, o cuidado deve ser redobrado. “Assim que o decreto saiu, eu chamei os dois garçons mais experientes que trabalham com a gente para conversar sobre a retomada. Expliquei os riscos e pedi uma posição deles”, conta Joaquim Marins, sócio-proprietário do Libanus da Asa Sul.
Ele conta que os dois funcionários sinalizaram que gostariam de trabalhar. “Eles me informaram que não estão recebendo auxílio do governo e precisam trabalhar para pagar as contas”, explica. Segundo ele, além dos cuidados necessários para a higiene e funcionamento do estabelecimento, esses colaboradores irão servir as mesas em horários com pouco movimento. “É o que podemos fazer para não dispensá-los e, ao mesmo tempo, cuidar deles”.
No Beirute da Asa Norte, famoso por ter garçons da “velha guarda”, os funcionários não irão trabalhar neste primeiro mês. “Temos três que tem idade acima de 60 anos, e, por enquanto, eles estão em casa. Estamos estudando o mercado e vendo se haverá necessidade de chamá-los”, afirma Damião Cavalcante, gerente da casa. Já na unidade da Asa Sul, o gerente administrativo Pedro Henrique Souza informou à reportagem que há três colaboradores idosos trabalhando, mas que todos foram testados e as normas de higiene estão sendo seguidas à risca.
No Xique-Xique, o gerente Ruben Lucena contou que os garçons de mais idade ainda não foram chamados para compor a equipe que trabalhará neste primeiro momento. “Abrimos com metade dos funcionários para ver como tudo funcionará. Chamamos primeiro os mais novos, que não são do grupo de risco. Quando houver necessidade e for seguro, os mais velhos retornarão”, ressalta.
No Dom Francisco, os colaboradores idosos estão afastados por tempo indeterminado. “Temos o Seu Magalhães na 402 Sul, que é do grupo de risco. Mas, mesmo com o restaurante aberto, ele permanece afastado até que o risco de contaminação da pandemia passe”, explicou Giuliana Ansiliero, sócia-proprietária da marca. A unidade da ASBAC, que conta com mais garçons de meia idade, não tem previsão de abertura.
Confira as medidas que os restaurantes devem adotar para abrir durante a pandemia: