Restaurantes apostam em menus digitais para agilizar atendimento
Do totem ao tablet preso a mesas, a lógica é a mesma: fazer o pedido com maior rapidez
atualizado
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A modernidade do touch screen desembarcou nos restaurantes: seja por um totem na entrada ou um tablet preso a mesas, os pedidos feitos em cardápios digitais chegam diretamente às cozinhas e agilizam o atendimento ao cliente. O software também possibilita que a casa atualize o menu sempre que o chef desejar, além de disponibilizar promoções e descontos.
“O fluxo fica melhor para o cliente. Assim que entra, ele tem um cardápio visual, com fotos bonitas. Já é um marketing inicial”, comenta Adriano Teles, um dos sócios do Nitrogênio Café, na Asa Norte, estabelecimento com dois totens logo na entrada. “As pessoas geralmente têm facilidade com o touch screen, mas vira e mexe alguém acha difícil usar. Nós observamos e, se for preciso, vamos lá ajudar”, conta o empresário.
No caso da hamburgueria San Diego, na Asa Sul, os tablets foram herança do empreendimento anterior. “Quando fui pegar o ponto, me explicaram como funcionam os menus. Cada mesa tem um. O cliente faz o pedido ali mesmo. Como é um cardápio diferente e agiliza o atendimento, decidi manter”, lembra Rodrigo Moraes, um dos sócios.
“Na maioria dos lugares, a pessoa faz o pedido ao garçom, que tem de chegar ao terminal do sistema e lançar tudo. No caso do tablet, cada item vai para a área específica, da chapa à praça de bebidas. O bom é que evita erros, por exemplo quando o garçom anota errado ou esquece algum detalhe solicitado pelo cliente. Pode acontecer, mas não com o tablet”, diz Rodrigo.
O ponto negativo é que com essa rapidez a cozinha pode ficar sobrecarregada. “É um risco, porque não existe controle de demanda. No Dia do Hambúrguer, por exemplo, a loja abarrotou. Como estava cheio de clientes e havia muitos pedidos, a comida demorou a sair porque a comanda acumulou. Mas geralmente, não acontece”, comenta Rodrigo.
Economia
Donos de restaurantes apontam outra vantagem dos cardápios digitais: bem ou mal, representam economia. No caso da San Diego, os tablets dispensaram a contratação de dois garçons. No Nitrogênio, os totens substituíram o caixa do café. A redução de pessoas no salão, inclusive, é ponto positivo para a clientela que prefere interagir menos e fazer os pedidos em uma máquina.
“O grande lance é entender o conceito do lugar. Qual a identidade do seu negócio? Se eu quero ter um café acolhedor, o pedido digital não cabe ali. O tipo de serviço depende muito da ocasião de consumo, da carência que o dono do restaurante quer suprir”, comenta Carolina Oda, gastrônoma e consultora de hospitalidade.
Questionada sobre a possibilidade do digital substituir o fator humano no atendimento, Carolina não demonstrou grandes preocupações. “Existem lugares que nunca vão fazer isso. A economia do totem às vezes até diminui o faturamento: não tem ninguém circulando para oferecer mais água, para sugerir uma sobremesa. Esse serviço é para o cliente que não tem dúvidas, ele quer a experiência de comer um hambúrguer e uma bebida. Caso a pessoa queira ter várias etapas na refeição, o tablet não sugere. Tem fotos, é claro, mas não é a mesma coisa”, pontua.