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Primeiro restaurante de Brasília, Roma é referência em parmegiana

O restaurante abriu as portas em 1960, poucos dias antes da inauguração oficial da cidade

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Foto: Enzo Nogueira
foto de parmegiana em panelinha e bandejas com batatas fritas
1 de 1 foto de parmegiana em panelinha e bandejas com batatas fritas - Foto: Foto: Enzo Nogueira

O céu azul tão característico de Brasília amanheceu com menos nuvens do que há 62 anos, quando Juscelino Kubitscheck inaugurou oficialmente a capital. Mas não é apenas o belo céu que segue como marco da cidade. Há mais de seis décadas, o Restaurante Roma serve o filé à parmegiana que marcou gerações. 

A receita é simples e vem da tradição italiana do primeiro dono, mas tem como tempero principal a força de quem veio para Brasília com um sonho. A casa abriu as portas em 15 de abril de 1960, apenas seis dias antes da inauguração da cidade, e passou a ser comandada por Simon Pitel em março de 1964. O belga tinha vindo para o Brasil alguns anos antes e deixou de lado uma loja de tecidos para empreender em algo que lhe trouxesse mais satisfação.

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Muitos funcionários do restaurante estão lá desde as décadas de 1970 e 1980
O espaço reúne famílias e grupos de amigos e colegas de trabalho
Com os anos, o espaço foi aumentado e uma fonte colocada dentro do restaurante
Simon Pitel é dono do restaurante e recebeu a Medalha Brasília 60 anos esta semana por contribuiu para a história e o desenvolvimento cultural e econômico da cidade
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As massas italianas marcam as origens do menu

Foto: Enzo Nogueira
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Muitos funcionários do restaurante estão lá desde as décadas de 1970 e 1980

Foto: Fernando Pires
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O espaço reúne famílias e grupos de amigos e colegas de trabalho

Foto: Fernando Pires
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Com os anos, o espaço foi aumentado e uma fonte colocada dentro do restaurante

Foto: Fernando Pires
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Simon Pitel é dono do restaurante e recebeu a Medalha Brasília 60 anos esta semana por contribuiu para a história e o desenvolvimento cultural e econômico da cidade

“Meu pai via que não era aquilo que queria e quando ficou sabendo da criação de Brasília, resolveu tentar a sorte. Ele se estabeleceu fornecendo tecidos para uniformes militares, teve um mercadinho no Núcleo Bandeirante, então Cidade Livre, até que teve a oportunidade de comprar o Roma”, conta a filha de Pitel, Angela. A farmacêutica de formação seguiu os passos do pai e deixou de lado os medicamentos para trabalhar no negócio da família em 2017. Mas desde o começo da pandemia ela passou a tomar a frente do negócio junto com o esposo. 

“Para ele foi uma oportunidade maravilhosa, tanto que conseguiu prosperar até hoje, apesar da localização não ter mais o mesmo glamour”, completa. Na época em que Pitel assumiu o comando do Roma, a W3 Sul vivia o auge. A avenida era um dos pontos mais importantes da cidade e não existiam muitas opções de lazer, o que tornava o restaurante um dos principais locais da região e espaço de encontros políticos. 

Sabores de décadas

Mas a casa que se firmou da mistura das culturas belga, italiana e brasileira passou por transformações de menu para agradar quem se firmava por aqui. As clássicas massas passaram a dividir espaço também com carnes vermelhas e peixes, além de opções mais leves, como saladas e caldos. 

“As pessoas sempre comentam comigo que saíam da balada e iam para o Roma tomar caldo, porque a gente funcionava até umas 3h”, afirma Angela. Ela lembra também da época em que a casa vendia frango assado nas máquinas e os moradores da região faziam fila para garantir o seu. 

Mas mesmo com tantas opções, a parmegiana ainda segue como carro-chefe. A receita é servida disponível nas opções carne (R$ 169,90 para duas pessoas) e frango (R$ 139,90 para duas pessoas) e acompanhada de arroz e batatas fritas ou espaguete ao sugo. Embora o empanado seja um sucesso, a menina que cresceu correndo pelo salão do Roma tem no coração outro prato preferido.

“Espaguete com molho branco, presunto, ervilha e frango desfiado. Acho uma delícia. O espaguete parisiense (R$ 79,90 para duas pessoas) é a comida que me dá um quentinho no coração”, revela a filha de Simon Pitel. 

foto de panela de lasanha
Outro prato queridinho é a lasanha ao molho branco
Tradição e retorno

Hoje, Angela comanda um grupo de funcionários que conta com pessoas que chegaram ali ainda nos primeiros anos do Roma. De acordo com ela, os colaboradores mais antigos são da década de 1970 e seguem no salão, mesmo depois de aposentados. Na lista está o trio de garçons (Antonio) Sipauba, Seu Manoel e (José Rodrigues) Morais. 

“Eles gostam e sofreram muito na pandemia porque não podiam circular por aqui. Mas os clientes sempre vinham aqui para perguntar como eles estavam, porque são idosos e figuras bem queridas”, explica. 

A pandemia que levou muitos restaurantes queridos da cidade impactou a casa, mas como alguém que passou por muito, eles conseguiram se manter bem. Nenhum dos funcionários foi demitido e o delivery, que já existia, se tornou a principal renda. 

Além disso, o uso de aplicativos também trouxe para o restaurante alguns rostos mais jovens na clientela, que agora atinge uma terceira geração de brasilienses.

Precursores

Embora o Roma seja conhecido como o primeiro restaurante de Brasília, esse título é um tanto dividido com a Churrascaria Paranoá. O local existe desde 1956, quatro anos antes da inauguração oficial da cidade, e se chamava Churrascaria Mossoró. Na época que abriu as portas, esse era um dos restaurantes frequentados pelo ex-presidente Juscelino Kubitscheck e ainda hoje conta com pratos preferidos dele, como o cordeiro assado com sal grosso e alecrim.

Também existem registros de que o primeiro negócio voltado para gastronomia na capital foi um restaurante no Núcleo Bandeirante, comandado pelo italiano Vitor Pelechia. Diferente da churrascaria, era um espaço voltado aos trabalhadores que construíam a capital, mas a casa não existe mais.

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