Lídia Nasser vai inaugurar novo Complexo Gastronômico no Sudoeste
A chef e empreendedora está completando uma década à frente de diversos restaurantes e vai alçar voo para um novo complexo
atualizado
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Prestes a abrir um novo Complexo Gastronômico no Distrito Federal, a chef e empresária Lídia Nasser está completando uma década à frente do próprio negócio. A novidade tem previsão de inauguração para o primeiro trimestre de 2020, na quadra 304 do Sudoeste, e contará com as casas Empório Árabe, Dolce Far Niente e MaYuu Sushi.
No Sudoeste, o Complexo não terá paredes, diferentemente da sede do empreendimento. Cada casa será diferenciada exclusivamente pela decoração, que ficou a cargo da irmã da empresária, a arquiteta Tatiana Perides. Por ali, a coisa vai funcionar como se dá em Águas Claras: na mesma mesa, comensais podem pedir pizza, um combinado de sushi e porções de esfirra, por exemplo.
A distribuição de espaços se explica com a história do quarteirão que Lídia ocupa em Águas Claras: à medida em que lojas vizinhas iam vagando, ela as alugava e derrubava paredes. Depois de oito anos operando apenas com a casa original, o Empório Árabe, a empresária criou a Dolce Far Niente no espaço onde funcionava uma boate. Logo depois vieram o restaurante japonês, a hamburgueria Dólar Furado e, por fim, a confeitaria Delicatus.
Ao liderar 200 funcionários, a empresária garante que o trabalho só pode ser em grupo. “Quando você tem equipe, cria-se um senso de família. É muito apoio e incentivo para dar certo. Ninguém consegue nada sozinho, é preciso setorizar. Temos até uma divisão na empresa para cuidar só do delivery“, comenta Lídia.
Entregar gastronomias tão específicas com qualidade exige ter especialistas à frente de cada cozinha. Do balcão do MaYuu, por exemplo, o chef Frederico Sousa solta pratos coloridos de sushi e sashimi para o alívio de Lídia, que guarda um segredo da clientela: não suporta peixe. “É a única das minhas casas onde não dou prejuízo. Mas sempre trago amigos e familiares fãs de comida japonesa para provar, assim não tem erro”, garante a brasiliense.
A história do Dolce Far Niente é outra: Lídia quis abrir uma casa que servisse seu prato favorito, a pizza. “Eu como pizza todos os dias. Na época em que abri a Dolce em Águas Claras, não tinha muita pizzaria, só delivery. Quis criar um lugar com ambiente legal e preço justo”, lembra.
Perto de casa
Tudo começou nos sabores da infância de Lídia. A família Nasser é de origem libanesa, bem como o Empório Árabe, empreendimento que os pais da “chef por acidente” – como ela mesma define – abriram nos anos 2000 na Praça do DI, em Taguatinga. Aos 14 anos, ela começou a trabalhar por ali e não parou.
Depois de seis anos ajudando no restaurante da família, Lídia propôs aos pais que levassem o empreendimento para Águas Claras. A mãe lhe fez um empréstimo de R$ 50 mil e, em 2009, Lídia começou a jornada solo, adaptando as receitas clássicas da avó para o paladar do brasiliense.
“Minha avó fazia muito quibe de bandeja, charuto de folha de uva… O cardápio do Empório foi aumentando, ainda mais porque visito o Líbano todo ano para me atualizar. Mas tive que adaptar o tempero: a comida árabe é muito condimentada e pode ser vista pelos brasileiros como algo que não se come no dia-a-dia”, comenta.
Com apenas 30 anos, a empreendedora está à frente de sete estabelecimentos. “Eu penso sobre a questão da pouca idade todos os dias. Esse crescimento não foi planejado, foi acontecendo, se realizando de forma muito gradativa. Eu ainda moro com meus pais, não tenho muitos afazeres em casa”, revela a chef, que durante a semana administra os negócios e, às sextas e sábados, vai para a cozinha.
Novos negócios
Mesmo com muita ajuda da equipe e o apoio dos pais, Lídia vai colecionando empreendimentos como se não fossem tanta coisa assim. Com a inauguração do complexo no Sudoeste, ela está repensando as unidades do Empório Árabe e da Dolce Far Niente na Asa Sul. Mesmo que as duas casas fechem, a chef vai começar 2020 comandando nada menos que nove empreendimentos de gastronomia.
Em fevereiro de 2019, Tatiana, a irmã arquiteta, se casou. No menu, um banquete preparado por Lídia e seus colaboradores: ela levou todo o cardápio do Complexo para a festa de casamento e viu aí a possibilidade de um negócio. Nasceu o nono empreendimento, o bufê Cinq, com a comida dos cinco empreendimentos criados pela chef. “Todo mês eu preciso inventar uma novidade, ora. Não posso parar”, garante.