Jovem chef brasiliense desponta na gastronomia carioca
Depois de exercer diferentes funções em casas da capital, André Rochadel ocupa posto de braço direito de Luciano Boseggia, no Alloro, enquanto planeja o futuro
atualizado
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Gosto por cozinhar André Duboc Rochadel sempre teve. Mas no princípio, mesmo que fosse frequente preparar almoços e jantares para amigos, não imaginava que aquilo pudesse se tornar profissão. Chegou até a se diplomar em engenharia elétrica na Universidade de Brasília (UnB) e passar em um concurso do Metrô-DF para o cargo de engenheiro eletricista. A atração pela culinária, porém, falou mais alto.
“Não via muito a cozinha como forma de vida, era um hobby. Mas quando você começa a se envolver, vê que não tem jeito”, diz André. Diante do inevitável, ele partiu para uma segunda faculdade, o curso de gastronomia do Iesb, e correu atrás de experiência em várias cozinhas de Brasília.
Aos 30 anos, o brasiliense hoje ocupa o posto de segundo chef do Alloro, restaurante do Windsor Atlântica Hotel, localizado na orla do Leme, no Rio de Janeiro. Atua como braço direito do prestigiado chef italiano Luciano Boseggia. É um passo mais largo no currículo do jovem que, entre 2011 e 2014, trabalhou como auxiliar no Gero, depois passou por Casa Doce e La Boulangerie.
Currículo na mão
André ocupava o posto de chef do Bottarga quando resolveu, há um ano e três meses, ir embora para o Rio de Janeiro, “na coragem, com o currículo na mão”. Sentia que, por aqui, os caminhos a seguir eram restritos. “Em Brasília, as pessoas que estão se destacando na gastronomia são as mesmas de há 10 anos. Não tem renovação”, avalia.
Também pesou a favor da mudança de cidade sua visão do público da capital, um público fixo, de gosto homogêneo, que, a seu ver, acaba limitando o trabalho do chef. “No Rio, o perfil do consumidor é bem mais dinâmico, tem muito turista e mesmo os moradores têm preferências diversificadas. Você conhece mais gente, mais gostos”.
Precisava disso para se tornar um profissional “mais completo”, acredita. E foi essa motivação que o fez bater de porta em porta na capital fluminense, até chegar ao Alloro e ser aceito por Boseggia — uma oportunidade e tanto para quem tem especial interesse justamente pela culinária italiana.
No entanto, o Rio de Janeiro não é o limite. Os planos de André Rochadel incluem uma temporada no exterior para se aperfeiçoar ainda mais naquilo que gosta de fazer. Depois, espera poder voltar a Brasília e ter um negócio próprio, um restaurante pequeno. Aí, a suposta previsibilidade do público brasiliense se torna algo favorável. “É um perfil mais fácil de traçar. E Brasília é um mercado que tem muito a abraçar”, conclui.