Coronavírus: bares e restaurantes reforçam cuidados com higiene
O setor está de olho nas recomendações para a contenção do vírus e segue cartilha de boas práticas
atualizado
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Declarado pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira (11/03), o coronavírus teve casos registrados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Alagoas, Bahia, Rio Grande do Sul e no DF. Até a última atualização feita pelo Ministério da Saúde com dados das secretarias estaduais de Saúde, o Brasil tinha quase 930 casos suspeitos de coronavírus e 60 confirmados.
No setor de bares e restaurantes, as recomendações básicas de higiene para a prevenção do vírus – lavar bem as mãos e cobrir o rosto ao espirrar e tossir – fazem parte do dia-a-dia da cozinha e do salão. Na rede El Paso, a única mudança foi a troca dos sabonetes comuns nos banheiros pelos antissépticos. O chef David Lechtig também instalou mais bombas de álcool em gel pelas paredes, para uso tanto dos garçons, quanto da clientela.
“Precisamos ser mais criteriosos com os apertos de mão com os clientes, ficar de olho nos talheres, inclusive os usados para servir a comida. Apesar de já estarmos dentro das boas práticas de higiene, tivemos uma preocupação em dar um upgrade nessa área”, conta o chef.
A casa especializada em gastronomia Tex-Mex é conhecida pelo bufê de almoço. “Temos que ficar de olho se algum cliente tem sintomas de gripe, ou pior ainda, se levou as mãos ao nariz. Só que é muito complicado dizer à pessoa que ela tem que se lavar antes de voltar para a fila. É um paradoxo: não queremos destratar o cliente, mas estamos diante de uma situação de saúde. Vou fazer alguns letreiros apontando o álcool em gel, pedindo consideração aos outros clientes, para acordar o bom senso das pessoas”, comenta Lechtig.
De fato, a maior preocupação do infectologista Leonardo Weissmann em relação à alimentação é a circulação de pessoas em bufês e self-services. “A transmissão do vírus se dá por via respiratória, por meio da eliminação de secreções. É bom evitar falar, tossir e respirar próximo à comida. Isso independe do Corona, é uma questão de higiene básica e de respeito ao próximo”, alerta o médico.
Weissmann ainda fez um adendo: o álcool recomendado para ser instalado nos restaurantes é o 70%, concentração que permite uma ação antimicrobiana eficaz.
Movimentação normal
Por enquanto, o Corona vírus ainda não tirou o ânimo do brasileiro para ir ao bar beber uma cervejinha: pelo menos é o que conta Rayner Piau, sócio do Mercado 301, em Águas Claras. “O movimento ainda não mudou muito. Claro que nos próximos dias, com a confirmação de mais casos em Brasília, provavelmente vamos sentir uma mudança na frequência. Estamos preparados: estamos cobrando mais a higiene da equipe e as mesas estão equipadas com álcool em gel, que é o mínimo que cada restaurante deve fazer”, avalia.
Diante da propagação do vírus, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) emitiu um guia prático para o setor de bares e restaurantes, com orientações de higiene e conduta nos estabelecimentos. “Ao levar esse conhecimento para clientes e funcionários, temos a capacidade de educar, de mudar hábitos. Tenho percebido que o Corona tem um modus operandi similar ao da gripe, do H1N1… A gente pode aprender a se prevenir contra outras doenças”, avalia Beto Pinheiro, presidente da Abrasel-DF.