metropoles.com

Vinhedo em pleno Lago Norte pode dar até 6 toneladas de uva por safra

O parreiral é resultado da determinação do consultor de projetos Renato Borges, que mantém a plantação com ajuda de um único funcionário

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Giovanna Bembom/Divulgação
Vinhedo Uvas Terra Santa
1 de 1 Vinhedo Uvas Terra Santa - Foto: Giovanna Bembom/Divulgação

A paisagem lembra a Serra Gaúcha, região de vinhedos no Sul do Brasil, mas fica a 25km da Esplanada dos Ministérios, na Zona Rural do Lago Norte. Ali, a cinco minutos do Posto Colorado, o consultor de projetos Renato Borges ergueu, em um terreno de 1/4 de hectare, um parreiral capaz de produzir até 6 toneladas de uvas por safra.

São 300 parreiras, cada uma podendo dar até 20kg. Renato dividiu o vinhedo em quatro partes. A poda seletiva das árvores determina a quantidade de produção. Atualmente, um quarto do vinhedo produz de cada vez. “É um projeto pequeno, que não merece virar um estresse”, ele explica.

Impressiona o fato de as videiras vingarem num terreno pedregoso e acidentado em pleno cerrado. São também de causar admiração a firmeza dos cachos e o doce das frutinhas — que brotam duas vezes por ano, em julho e dezembro.

Uva para dar e vender
Há três anos é realizada colheita de uvas do tipo Izabel e Niagara rosada e branca. Nas duas primeiras safras, sem ter um plano muito definido do que faria com o produto, Renato Borges acabou doando cachos e mais cachos para instituições beneficentes e amigos.

Hoje, parte das frutas colhidas é conservada em forma de passa e polpa. Doações ainda são feitas, mas as Uvas Terra Santa, como foram batizadas, chegaram também ao mercado. Podem ser compradas nas prateleiras do Bioon, loja de produtos naturais e orgânicos, que fica na 303 Norte.

10 imagens
Se não forem podadas, as videiras não produzem
Uva niagara rosada
Renato e Cláudia: exemplo para as filhas
Uva niagara branca
"Quando chegamos aqui não tinha nada"
1 de 10

Terreno de 1/2 hectare abriga 300 parreiras

Giovanna Bembom/Divulgação
2 de 10

Se não forem podadas, as videiras não produzem

Giovanna Bembom/Divulgação
3 de 10

Uva niagara rosada

Giovanna Bembom/Metrópoles
4 de 10

Renato e Cláudia: exemplo para as filhas

Giovanna Bembom/Divulgação
5 de 10

Uva niagara branca

6 de 10

"Quando chegamos aqui não tinha nada"

Giovanna Bembom/Metrópoles
7 de 10

Cada parreira pode dar até 20kg de uvas por safra

Giovanna Bembom/Divulgação
8 de 10

Embaladas em caixinhas, as uvas são vendidas na Bioon

Giovanna Bembom/Metrópoles
9 de 10

Impressionam os cachos firmes e as uvas doces

Claudia e Renato
10 de 10

Próximo passo: certificação de produto orgânico

Giovanna Bembom/Metrópoles

No princípio, era um nada
Quando adquiriram a propriedade de 4 hectares hoje chamada carinhosamente de Sitioca, Renato e a mulher, a jornalista Cláudia Miani, se sentiram desafiados. “Aqui não havia nada. Achavam que eu tinha feito uma loucura. Mas minha convicção é que era só uma questão de tempo”.

De tempo e de muito trabalho. Então funcionário do Banco Central, o consultor de projetos se dividia entre o emprego e a labuta no terreno. Habilidoso, “um Professor Pardal”, como diz Cláudia, construiu ele mesmo um pequeno lago, uma ponte pênsil, foi plantando árvores frutíferas e dando forma ao local.

Uvas no lugar de avestruzes
Ao mesmo tempo, se encantou pela possibilidade de criar avestruzes (isso antes que a Avestruz Master chegasse para dominar o mercado). Um grupo de colegas de trabalho se juntou a ele, como sócios. Mas o negócio acabou não vingando e ficou lá o terreno, antes ocupado pelas aves.

“Aquilo me incomodava. Consultei a Emater e eles aconselharam fazer reflorestamento. Mas pensei que gastaria o mesmo se resolvesse cultivar uvas”. O vinhedo foi erguido, então, no piquete onde antes corriam avestruzes.

O que estamos colhendo é um forma de agradecer tudo que temos ao redor, a qualidade da terra. A irrigação natural tem esse ciclo, essa bio-harmonia que faz com que tudo ali se desenvolva

Cláudia Miani

Terra fértil e generosa
Cláudia se encanta com a fertilidade da terra que inspirou o nome das uvas. “Uma amiga falou: ‘mas Terra Santa parece coisa de igreja!’. Gente, mas essa terra é santa mesmo… (risos)”. E tem razão. Ali, além de uvas, cresceram pés de graviola, manga, cacau, sapoti, juá, canela, cravo… “Tudo sem agrotóxico, naturalmente”, diz.

Para o marido, o cultivo de uvas teve a vantagem de envolver a família em “um negócio real” e poder mostrar às filhas a possibilidade de se desenvolver um projeto. “Acho que isso ajuda na maturidade delas”. Refere-se a Giulia, 19 anos, e Flávia, 22, estudantes de arquitetura e fisioterapia, respectivamente.

Um próximo passo é conseguir a certificação de orgânico. “Há lojas que só aceitam produtos orgânicos certificados”, explica Renato. Vencido esse detalhe, as Uvas Terra Santa têm tudo para fazer história.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?