Quilombolas e Atala discordam em projeto enquanto baunilhas morrem
O projeto Baunilha do Cerrado tem gerado divergências entre a comunidade Kalunga e o instituto Atá
atualizado
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Recentemente, houve um desentendimento entre o instituto Atá, do chef Alex Atala, e a comunidade quilombola Kalunga. A polêmica se deu em cima do alegado (por parte dos kalunga) desrespeito do instituto às opiniões do quilombo e a forma como se geriu o projeto Baunilha do Cerrado, levando até mesmo o chef a se pronunciar oficialmente sobre o assunto.
A polêmica toma uma nova cara quando a comunidade evidencia a morte das mudas em estufas, de acordo com reportagem da Folha. Os kalunga alegam que o instituto não deu o devido apoio à comunidade. O grupo entendeu que receberia para cultivar as mudas da orquídea que carrega as favas. Porém, não foi o que aconteceu, resultando no abandono do cultivo, agora executado apenas por uma família local.
Acusam também o registro comercial da baunilha do cerrado. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), entretanto, reforça que o registro não implica exploração comercial ou propriedade da fava.
Em contrapartida, Alex Atala afirma que o projeto ainda está em andamento e dará frutos de oito a dez anos, quando inicia-se a produção das favas, pois ainda está se aprendendo como tratar as mudas. Afirma também que a Fundação Banco do Brasil ainda não liberou a verba da fase seguinte do projeto. A reportagem aponta também que o chef admite que podem ter havido falhas de comunicação entre o Instituto e os kalunga: “Não estou afirmando que é tudo maravilhoso. Pode existir polêmica? Sim. Mas não má-fé”.