Precisamos falar sobre plágio na cozinha: quem é o dono das receitas?
Motivo de intensos debates entre chefs, o uso de preparos
atualizado
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É comum vermos pratos semelhantes em restaurantes diferentes. Essa “coincidência” é motivo de uma grande batalha de egos entre chefs sobre o verdadeiro autor da receita ou conceito. Mas como se resolve tal problema?
Na verdade, trata-se de uma questão sem solução. Não há qualquer proteção de patente ou algo que garanta a propriedade intelectual da criação dos cozinheiros. Portanto, existem apenas duas saídas para quem deseja “preservar” suas receitas.
A segunda parece uma pouco mais complexa, a depender da ética dos outros cozinheiros do mercado. Espera-se que colegas não tomem para si pratos consagrados pelas mãos de outros chefs. Porém, isso nem sempre ocorre…
Outro problema corriqueiro é a posse das receitas. Um passo-a-passo desenvolvido por um restaurante, independentemente de quem tenha feito, costuma ser, eticamente, de posse da casa ou do chef responsável por ela. É uma regra não-escrita, uma tradição gastronômica.
Entretanto, não é incomum um profissional ganhar visibilidade mais tarde em sua carreira e começar a tomar para si os pratos criados sob a batuta de outro chef. Ao meu ver, isso não é nem ético nem coerente. Afinal, ele estava evoluindo seus pratos junto com sua equipe.
Ocorre bastante de cozinheiros se apossarem de conceitos e criações de outras cidades ou países, na esperança de enganar o mercado local. Infelizmente, a estratégia costuma dar certo e, além disso, esse profissional por vezes acusa de plágio colegas que adotam a mesma prática.
No fim das contas, a única forma de se proteger disso é deixar claro que suas receitas são abertas, dar crédito aos chefs e continuar sempre se reinventando. Essa atitude não só determina o fim desse tipo de rixa, como também evita a estagnação da gastronomia.