Pequenos produtores rurais do DF ganham canal para venda de produtos
Coletivo Rural passa a dispor na Mercearia Colaborativa e na internet artigos antes só encontrados na Ceasa e em eventos especiais
atualizado
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A partir da próxima semana, estarão disponíveis em um espaço da Mercearia Colaborativa (412 Norte) e via internet, em página no Facebook, uma variedade de produtos alimentícios com o selo Coletivo Rural. O que há de especial nisso?
São todos frutos do trabalho de pequenos produtores rurais do Distrito Federal e Entorno que nem sempre encontram canais para distribuição de sua produção. Vêm de lugares como Taboquinha de Goiás, Padre Bernardo, Zona Rural do Lago Oeste, Pirenópolis…
De frutas e vegetais a geleias, licores e molhos, muita coisa é feita pelas mãos desses produtores. O problema é que, além da labuta no campo, eles ainda têm que fazer imenso esforço para que a produção chegue ao público consumidor da capital.
Ceasa e eventos ocasionais têm sido o canal, mas não bastam. “Queremos colocar esses produtos ao alcance do público que não vai aonde eles estão”, afirma Sara Campos, idealizadora do Coletivo Rural — na foto no alto, com os produtores Leo Hamu (antepastos e conservas), Ana Maria e Zilas Romeiro (licores).
A união faz a força
Jornalista, Sara vem trabalhando nos últimos anos como assessora voluntária do movimento Slow Food Cerrado. Na convivência com os produtores e seus problemas, percebeu que muitos deles gostariam de se dedicar exclusivamente à produção. Isso a inspirou a realizar o projeto.
O Coletivo Rutal não só vai intermediar na venda dos produtos, mas também atuará como meio de divulgação do trabalho dos produtores. “Vamos fazer vídeos para veicular na página, mostrando os bastidores da agroindústria familiar e promover eventos”, planeja Sara.
O selo terá pré-lançamento neste sábado (10/12) no PicNik (que ocorre das 13h às 22h, na Praça dos Cristais, no Setor Militar Urbano). Em princípio, o selo trará artigos de sete produtores, incluindo licores, biscoitos, grissini de baru, geleias, antepastos, conservas e molhos de pimenta.
Custos de comercialização
“São todos sem agrotóxicos, mas não podemos chamar de orgânicos porque para isso seria necessário o selo, que é caríssimo”, explica Sara Campos. Os custos da comercialização, aliás, são um dos principais empecilhos aos que trabalham no campo.
Esse segmento tem pouco incentivo governamental. As exigências da Anvisa são rigorosas e custam muito. Um produtor que queira abrir uma fábrica de cajuína, por exemplo, precisará de algo em torno de R$ 100 mil. E ainda terá que vender o produto, fazer o marketing…
Sara Campos, idealizadora do Coletivo Rural
No PicNik, o Coletivo Rural vai vender uma cesta de produtos rurais, que poderá ser adquirida depois via internet — não estará disponível na Mercearia Colaborativa por questões de espaço. Vai ter também brigadeiros de frutas do cerrado, café orgânico e bolos.
No próximo dia 17/12 (sábado), o Coletivo Rural será lançado oficialmente na Mercearia Colaborativa. Haverá uma feirinha de frutas, legumes e verduras e lá também poderão ser encontrados itens raros, como o mesocarpo de baru, parte da fruta que pode ser consumida no leite, no mingau e em receitas diversas.