Pedir ou não pedir? Como consumir alimentos crus do delivery com segurança
Sem a possibilidade de aquecer o alimento na chegada, é preciso tomar algumas precauções na hora de pedir o sushi ou a salada
atualizado
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Em tempos de pandemia, receber delivery virou uma operação mais elaborada: é preciso higienizar e descartar as embalagens, colocar toda a comida na louça de casa e reaquecer o alimento para garantir a ausência de patógenos na refeição. Quando se tratam de alimentos crus, há ainda mais risco de contaminação. Ainda assim, segundo levantamento feito pela Uber Eats, temaki, sushi e saladas estão entre as 10 buscas mais feitas por brasileiros no aplicativo desde o início do isolamento social.
“Ainda não é o momento para comer comida crua”, alerta Rachel Caetano, professora do curso de Gastronomia no Iesb. “Toda comida que alguém consome crua, como frutas, verduras e folhas, obrigatoriamente tem que passar por um processo de higienização com água clorada. Como eu tenho a garantia de que quem vendeu o produto fez esse procedimento? Até essas saladas prontas de supermercado, as folhas minimamente processadas como a couve picadinha, quem me garante? Não tem como comprovar”, completa.
No caso dos peixes crus, a dica é pedir em restaurantes que o cliente conhecia e frequentava antes da pandemia. “É preciso ter confiabilidade no produto, pedir de quem você conhece. Outro ponto é ter atenção a valores. Às vezes, encontramos promoções com descontos de 70%: será que o produto não está há algum tempo no estabelecimento e o dono precisa vender? Tem que desconfiar dos preços muito abaixo do valor de mercado”, aconselha a nutricionista Marcela Pinsetta.
Outra dificuldade do delivery é a combinação entre a temperatura que o alimento sai do restaurante e o tempo que leva para chegar às mãos do cliente. “Sushis e sashimis são preparos muito manipulados. O peixe chega, tem que limpar, garantir a temperatura, cortar e mandar para a casa do cliente. Se o motoboy levar de 15 a 20 minutos para levar, a que temperatura chega? Se considerar que sai do restaurante a 10°C, é um risco pedir comida crua”, garante Marcela.
As duas especialistas concordam que, caso o cliente deseje encomendar comida japonesa fria ou um carpaccio, o ideal é reduzir etapas. “Não vale a pena comprar em mercado, é melhor procurar casas especializadas e dispensar o delivery: melhor o take out“, aconselha Rachel. “Com certeza, vale a pena reduzir o tempo de transporte. Se chegar rapidamente em casa, existe a garantia de que a comida será consumida numa temperatura mais segura”, concorda Marcela.