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Paola Carosella defende em Brasília manutenção de selo transgênico

A jurada do MasterChef mostra engajamento político e social: “Temos de saber o que está no produto que pagamos”

atualizado

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Paola Carosella
1 de 1 Paola Carosella - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Paolla Carosella, cozinheira conhecida em todo o Brasil por ser jurada do programa MasterChef e chef do restaurante Arturito, em São Paulo, é grande defensora da manutenção do selo de transgênicos no rótulo de alimentos que utilizam esses produtos. A argentina é, portanto, radicalmente contra o Projeto de Lei nº 34/2015, cuja proposta é retirar o T amarelo das embalagens de alimentos no Brasil. Ela esteve em Brasília nessa terça-feira (15/5) para defender seu ponto de vista junto a parlamentares.

Acompanhada por representantes do Greenpeace, a chef encontrou-se com o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) para debater o assunto. “Você tem de saber o que compra. Esse PL abre portas para coisas mais obscuras. Ficamos reféns do que queremos vender”, afirmou, durante a reunião (veja vídeo abaixo).

 

Segundo o senador, e vice-presidente da Casa, garantiu a Paola, dificilmente o projeto será aprovado. “Se o PL, porventura, chegar ao plenário, será rejeitado. Uma aprovação seria um retrocesso. É a sonegação de uma informação importante para o consumidor. É constrangedor pensar que alguém teve essa ideia”, criticou o político.

Estou muito preocupada com a produção agrícola no Brasil, acompanho a questão de perto junto ao Greenpeace. As informações sobre esse tipo de PL chegam a mim, mas não chegam ao público em geral. Eu não concordo com o projeto porque tira do consumidor o direito de saber o que está comendo. É um retrocesso

Paola Carosella

É constante a aparição do tema no Instagram da chef, sempre com o questionamento da incoerência na retirada do selo. Se não há nenhum problema com produtos desta origem, por que é uma questão vergonhosa expor a informação aos consumidores? Em abril, ela apoiou campanha para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ouvisse o consumidor sobre o assunto. A chef também ataca a revisão da quantidade de agrotóxicos permitidas nas lavouras, conforme mostram as postagens abaixo.

 

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A chef é contra a retirada do selo T dos transgênicos
Paola questiona a idoneidade dos parlamentares que defendem agrotóxicos
As questões são muito frequentes no perfil do Instagram de Paola
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Neste post, a chef questionou o porquê de a população não ser ouvida pelo governo

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A chef é contra a retirada do selo T dos transgênicos

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Paola questiona a idoneidade dos parlamentares que defendem agrotóxicos

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As questões são muito frequentes no perfil do Instagram de Paola

 

“Como a Paola é uma figura pública, de imenso poder de comunicação e de influência, a gente está sempre caminhando junto. A ideia é todos entenderem o que estamos falando, para conseguirem opinar”, destacou Marina Lacorte, especialista em agricultura e alimentação do Greenpeace. “Vários parlamentares são contrários ao PL. É importante que quem não conhece a questão, entenda e ouça o desejo da população”, acrescenta.

No vídeo abaixo, a opinião de Marina Lacorte, do Greenpeace:

 

Contra “PL do Veneno”
Carosella também vai contra a Lei nº 6.299/2002, proposta pelo atual ministro da Agricultura e deputado federal licenciado, Blairo Maggi (PP-RN). Considerado o maior produtor de soja do mundo, ele também foi ministro do Meio Ambiente.

A norma abranda as restrições do uso de agrotóxicos nos insumos agrícolas brasileiros, considerados excessivos por muitas nações do mundo. Na noite de terça, ela ainda reuniu-se com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para debater as questões.

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Acompanhada da representante do Greenpeace Marina Lacorte, ela defendeu a manutenção do selo de transgênicos nos alimentos
Na reunião, o senador Cássio Cunha Lima disse achar muito difícil que o PL seja aprovado
A chef já esteve em Brasília por questões políticas
A chef também vai de encontro ao PL  nº 6.299/2002, conhecido como o "PL do Veneno"
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A chef Paola Carosella visitou o gabinete do senador Cássio Cunha Lima para discutir o PL nº 34/2015

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Acompanhada da representante do Greenpeace Marina Lacorte, ela defendeu a manutenção do selo de transgênicos nos alimentos

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Na reunião, o senador Cássio Cunha Lima disse achar muito difícil que o PL seja aprovado

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A chef já esteve em Brasília por questões políticas

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A chef também vai de encontro ao PL nº 6.299/2002, conhecido como o "PL do Veneno"

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Entenda
Aprovada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005, a polêmica Lei nº 11.105 tratava de assuntos muito amplos, de pesquisas com células-tronco até uso de pesticidas em plantações. Acusa-se que a força do lobby do agronegócio abrandou bastante as restrições impostas a transgênicos e pesticidas.

O PLC nº 34/2015 permite a retirada do selo T das embalagens de alimentos no país. O projeto foi aprovado pelas comissões de Meio Ambiente e de Agricultura e vetado nas comissões de Assuntos Sociais e de Ciência e Tecnologia. Falta a Comissão de Defesa do Consumidor e o plenário do Senado apreciarem o projeto, mas nenhuma dessas sessões está sequer agendada.

O assunto é polêmico, principalmente porque o projeto de lei só desobriga a retirada do selo para produtos com concentração de transgênicos abaixo de 1% de sua composição, mantendo-se para outras situações. Os aversos ao texto alegam que tal abrandamento pode levar a maiores excessos no futuro.

O problema não é só tirar o T, mas as mudanças nas análises residuais dos produtos. O PL permite analisar o alimento depois de sua fabricação, e não os insumos. Se você testa para transgênicos depois, fica difícil identificar se tem ou não esse produto. Não é uma pequena manipulação, mas uma grande mentira

Chef Paola Carosella

O relator na Comissão do Meio Ambiente, senador Cidinho Santos (PR-MT), justifica a decisão alertando que tal selo pode ser mal interpretado pelo consumidor e o fato de ainda não haver estudos estudos suficientes indicando teor nocivo à saúde em tais alimentos.

Segundo os opositores, a defesa da Lei nº 6.299/2002 é feita por ruralistas, que brigam somente pela resistência das lavouras aos agrotóxicos. Nada se fala, no entanto, dos efeitos da alta concentração desses produtos aos consumidores, bem como sobre a possível contaminação do meio ambiente.

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