metropoles.com

Frutos do Cerrado viram delicados brigadeiros nas mãos de Eliane Régis

Pequi, baru, jatobá, buriti e muitas outras delícias nativas do bioma Cerrado são o ponto central do trabalho da chef, adepta do slow food

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Giovanna Bembom/Metropoles
Brasilia (DF), 26.01.17 – Brigadeiros do Cerrado Local: Asa Norte Foto: Giovanna Bembom/Metropoles
1 de 1 Brasilia (DF), 26.01.17 – Brigadeiros do Cerrado Local: Asa Norte Foto: Giovanna Bembom/Metropoles - Foto: Giovanna Bembom/Metropoles

Comida de verdade leva ao menos dois ingredientes necessariamente: amor e paciência. E são justamente esses os principais itens utilizados por Eliane Régis, paraibana de Campina Grande, tecnóloga em gastronomia pelo Iesb, que se mudou para o Cerrado e hoje explora a doçura do bioma.

Adepta do slow food e da comida afetiva, Eliane encontrou no Cerrado uma paixão e uma bandeira a defender. Agora, faz brigadeiro ou beijinho recheados com o sabor dos frutos naturais da região. Podem ser de pequi, baru, coquinho azedo, buriti, cagaita, cajá-manga e araticum.

Apesar de ter foco no bioma Cerrado, ela é capaz de fazer doces com outros ingredientes do Brasil. Eliane conta que já recebeu encomendas para fazer brigadeiros com amora selvagem, siriguela, cupuaçu, umbu e até de açaí.

12 imagens
O beijinho de pequi ajuda a provar que não é só na galinhada que a fruta vai bem
Eliane Régis, chef do bufê Central do Cerrado
Além do granulado de flocos crocantes, o beijinho de pequi pode levar acabamento brûlée, feito com um maçarico e uma fina camada de açúcar
Brigadeiro com jatobá: toque suave que realça o sabor do chocolate, reduzindo a força doce do leite condensado
Beijinho com baru: o gosto da castanha é bem similar às nozes, porém menos oleoso
1 de 12

Beijinho com pequi envolto em flocos crocantes

Giovanna Bembom/Metropoles
2 de 12

O beijinho de pequi ajuda a provar que não é só na galinhada que a fruta vai bem

Giovanna Bembom/Metropoles
3 de 12

Eliane Régis, chef do bufê Central do Cerrado

Giovanna Bembom/Metropoles
4 de 12

Além do granulado de flocos crocantes, o beijinho de pequi pode levar acabamento brûlée, feito com um maçarico e uma fina camada de açúcar

Giovanna Bembom/Metropoles
5 de 12

Brigadeiro com jatobá: toque suave que realça o sabor do chocolate, reduzindo a força doce do leite condensado

Giovanna Bembom/Metropoles
6 de 12

Beijinho com baru: o gosto da castanha é bem similar às nozes, porém menos oleoso

Giovanna Bembom/Metropoles
7 de 12

A farinha de baru, de sabor suave, é um ótimo começo para os amedrontados

Giovanna Bembom/Metropoles
8 de 12

A chef é natural de Campina Grande, Paraíba

Giovanna Bembom/Metropoles
9 de 12

Brigadeiro com buriti: o fruto dá um gostinho azedo, que lembra o maracujá

Giovanna Bembom/Metropoles
10 de 12

Lascas da fruta são utilizadas na preparação

Giovanna Bembom/Metropoles
11 de 12

Eliane Regis prepara cada um dos doces de uma forma diferente, pois cada uma das frutas requer um tipo de técnica

Giovanna Bembom/Metropoles
12 de 12

Eliane Régis faz brigadeiro com ingredientes típicos do cerrado

Giovanna Bembom/Metropoles

Gosto pelo artesanal
Eliane garante que seu principal foco é o carinho. “Desde pequena fui ensinada a ter gosto pelo que é nosso, artesanal e vem da terra. Procuro para valorizar, porque o nosso Brasil é lindo, e muito, muito rico.”

Para suas receitas, ela utiliza sempre ingredientes vindos da agricultura familiar. A Cooperativa Central do Cerrado, local de onde Eliane é chef, fornece os ingredientes.

Na Central, há 33 cooperativas associadas em todo o Brasil. Elas têm o objetivo de divulgar o Cerrado. Compram frutos e produtos de agricultores e revendem — cachaça, sabonetes, frutas in natura, etc.

Assim, desde a seleção do que vai ser utilizado, Eliane Régis procura manter o cuidado com a comida. A chef conta que uma vez, quando ouviu críticas a respeito do preço da castanha de baru, levou a pessoa que fez o comentário até o local da colheita, para que pudesse observar como é um processo complexo e artesanal.

Se valorizamos os ingredientes de fora, como a noz pecan, as amêndoas, por que não usar o baru, uma castanha riquíssima e que está aqui do nosso lado?

Eliane Régis

Defendendo valores
“São raízes. Minhas memórias culinárias são o sítio, a panela de barro, o fogão a lenha… Lá em Campina Grande somos acostumados a nos reunirmos para preparar canjica e cural nas festas juninas.”

Segundo Eliane, com essas experiências, aprendeu a valorizar todos os processos. No caso do milho, utilizado nas comidas típicas juninas, o tempo entre plantar e colher pode levar até um ano inteiro. Para ela, cozinhar por cozinhar não faz o menor sentido.

Giovanna Bembom/Metropoles

Jatobá: fruto de sabor suave, que diminui a força do açúcar nas preparações de ElianeSabor
Toda a lógica de Eliane faz sentido quando se coloca um de seus brigadeiros na boca. Essa comparação de gosto com música ficou ruim, porque não tem explicação nenhuma sobre a relação. Vamos assim: O gosto dos frutos, doce, amargo ou adstringente, não competem entre si. Tudo combina.

Como estamos pouco acostumados aos sabores dos docinhos de Eliane, a dica é experimentá-los aos poucos. Vale a pena degustar todos.

A técnica de preparo é sofisticada, e cada um tem seu segredo. O pequi, por exemplo, como é um fruto duro, precisa ser processado e picado com creme de leite. Já o jatobá, mais forte, vira uma farinha, assim como o baru.

Caso seja pedido do cliente, Eliane também pode deixar os brigadeiros com pedaços das frutas, e não só com o extrato (que não altera a textura).

Saboreando Meu Brasil
Em processo de transformação e criação, Eliane pretende transformar o negócio na marca Saboreando Meu Brasil. Tudo artesanal e rústico, inclusive as caixinhas.

O trabalho da chef é personalizado. O preço, portanto, não é fixo. Depende da época da fruta, se é finalização em brûlée, etc. O cento sai, em média, R$ 170.

Há embalagens personalizáveis para presente de quatro, oito, 10 ou até mais docinhos. Eliane também produz encomendas para casamentos e coffee breaks. Basta pedir com antecedência.

Para entrar em contato basta ligar para o telefone 98121-5287 ou mandar um WhatsApp. É possível ver fotos dos doces no Instagram @segredosdacozinha. O cento dos docinhos sai em média R$ 170, e os pedidos devem ser feitos com 10 dias de antecedência.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?