Famosa pela burrata, Apulia lança cannoli para delivery
A empresa chefiada por dois italianos e um brasileiro disponibiliza a sobremesa com os materiais para o cliente montar em casa
atualizado
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O único defeito dos cannoli, segundo Andrea Attanasio, é o fato de que devem ser consumidos no ato da compra. Pensando nisso, o italiano e seus sócios, o conterrâneo Luca Gabreli e o brasileiro Gabriel Oliveira Matos, decidiram por um formato inusitado no delivery da sobremesa típica do país europeu: o cliente recebe a casquinha fresca, os toppings e o creme de ricota doce num saco de confeiteiro, para ele mesmo montar quando quiser comer. A novidade é da empresa chefiada pelo trio, Apulia, famosa por suas burratas.
“Comida fresca é outra coisa. Se eu rechear a casquinha para comer depois, fica úmida. É mais ou menos como um sorvete, não dá para montar e deixar na vitrine”, define o empresário. A novidade, lançada há dois meses, é fruto de uma frustração de Andrea com os cannoli que encontrava no Brasil.
“Eu vi muitos estabelecimentos fazendo e fiquei bem chateado com o que encontrava. Além de não ser o mesmo cannolo, ainda inventam de colocar umas coisas estranhas no recheio, como nutella e doce de leite. Pode até ser gostoso, mas não é o cannolo siciliano. Resolvemos adicionar à nossa produção artesanal, da casquinha ao recheio feito com nosso próprio queijo. O creme não pode ter outra coisa além de ricota, açúcar, raspas de limão siciliano, licor italiano e um pouquinho de chocolate”, descreve Andrea.
Produto artesanal
O trio de empresários fundou a Apulia em 2015, 20 dias após a chegada de Andrea no Brasil: de início, eles começaram fabricando queijos artesanais na Ceilândia. Os produtos foram um sucesso logo na primeira feira da qual participaram. “As pessoas degustavam, compravam. Para mim foi uma vitória, porque ainda não conhecia bem a língua”, lembra o imigrante. Hoje, os três ganham a vida vendendo mozzarella fior di latte, burratas diversas e ricota cremosa.
Lucca e Andrea são da mesma cidade, Leccha, que fica na região que deu o nome à marca. Os dois imigraram sabendo fazer o queijo e, chegando em terras brasileiras, precisaram adaptar um ponto crucial na receita: o sal. “Foi pouca coisa, mas os brasileiros achavam nosso queijo fraco de sal. Fizemos uma pequena mudança que os clientes italianos perceberam, mas não reclamaram. Os brasileiros ficaram satisfeitos e felizes”, garante Andrea.
O carro-chefe da produção é a burrata tradicional, também vendida com recheios como presunto cru e queijo gorgonzola. O trio, no entanto, faz uma ou outra experiência: recentemente, lançaram a burrata defumada, feita no sul da Itália. “Percebi que o brasileiro gosta de sabores fortes e de queijos defumados. A gente defuma no dia, de um jeito mais leve, para não mascarar o sabor do queijo”, descreve o empresário.