Conheça Raquel Amaral, uma chef brasiliense no “The Taste Brasil”
Ela largou o emprego de web designer para vender quentinhas ao lado da esposa e há cinco anos atua como personal chef na capital
atualizado
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Há cinco anos, Raquel Amaral atua como personal chef em Brasília. Mas para muita gente ela só foi apresentada por meio da TV. Raquel é uma das participantes da atual temporada do reality show “The Taste Brasil”, que estreou na quinta-feira passada (6/4) do canal GNT.
A chef fez um prato com jambu e tucupi, pensando em agradar Claude Troigros, um ídolo para ela. Mas acabou agradando mesmo foi a Helena Rizzo, que a escolheu para compor seu time.
Eu me senti traindo o Claude, que sequer me conhecia (risos). Mas parecia que eu relutava em aceitar que queria mesmo era aquilo, ser escolhida pela Helena
Ela disputa com outros 11 competidores — entre eles, o chef brasiliense Leando Nunes, do Jambu — o prêmio de R$ 100 mil. Admite que se interessa, é claro, pela exposição que o programa traz, pela experiência, mas entrou querendo ganhar. “Sempre fui muito competitiva”, conta.
O esporte, aliás, é uma paixão que antecede o interesse pela cozinha. Raquel chegou a frequentar a faculdade de educação física quando morava no Rio Grande do Sul. Deixou o curso pelo caminho ao se mudar para Brasília, há 19 anos.
Web designer por acaso
Filha de militar, ela nasceu em Fortaleza. Dezoito dias depois da mãe dar à luz, a família se mudou para o Rio de Janeiro, onde Raquel passou boa parte da infância e adolescência. Foi para o Sul, veio para Brasília e “daqui não quer mais sair”.
Antes de começar a mexer nas panelas profissionalmente, Raquel Amaral trabalhou como web designer, “por influência dos amigos”. Um erro.
Sou muito inquieta, gosto de esportes, a última coisa que queria era ficar presa numa sala diante de um computador, e era o que eu estava fazendo
Uma quentinha diferente
Mesmo assim, passaram-se nove anos até que uma conversa com a irmã mais nova a fez mudar o rumo de sua vida. “Minha irmã me perguntou: ‘Por que você não faz o que gosta, cozinhar?’ Eu: ‘Mas isso não é trabalho, é hobby’. E ela: ‘Aí é que está o segredo'”.
A então web designer resolveu largar o emprego no ministério — já havia passado pelo do Desenvolvimento e pelo do Planejamento — e vender quentinhas ao lado da esposa, Fabrícia.
Não era uma marmita qualquer, ela garante. Trazia receitas diferentes do trivial — como miniabóbora recheada com carne seca e catupiry com abacaxi grelhado — e apresentação bem cuidada.
Breves tempos difíceis
Sem a segurança do salário mensal, foram tempos difíceis, embora curtos — três meses. “A gente vendia nos ministérios e o que sobrava oferecíamos na rua mesmo. Às vezes preferíamos vender nossa refeição e comer um lanche, porque era um dinheiro a mais”.
No entanto, para todo mundo, Raquel dizia que estava fazendo eventos. “Até que alguém acreditou mesmo (risos). O primeiro evento foi muito amador, mas deu certo. Um ia falando para outro e foram surgindo oportunidades de cozinhar para grupos”.
Foi aí que adquiriu segurança suficiente para se inscrever para a edição do “The Taste Brasil” do ano passado — acima, o vídeo da inscrição. Chegou até as entrevistas, mas acabou eliminada. O incentivo da irmã mais nova, mais uma vez, a motivou a tentar de novo nesta edição.
“Estava sem paciência, eram muitas etapas. muita coisa que eles pediam. Mas minha irmã insistiu e me inscrevi de novo. Quando me ligaram, já foi para fazer a entrevista. Na primeira vez, estava bem tensa; desta, não estava nem aí. Vai ver que por isso deu certo”
Cozinha para poucos
Com apenas um programa exibido — o segundo vai ao ar nesta quinta-feira (13/4) — ainda não dá para sentir a repercussão em seu trabalho. Mas atualmente Raquel Amaral não pode se queixar da agenda de eventos.
Não tem um cardápio pronto. O menu é definido a partir de um bate-papo com o contratante para entender peculiaridades da pessoa e do evento. A chef define sua culinária como “cozinha de família” e valoriza os ingredientes nacionais. “Quero que a pessoa prove e pense: ‘isso lembra a minha avó'”.
A avó de Raquel, aliás, era costureira, mas fazia sobremesas “divinas”. A mãe tinha cadernos de receitas disputados nas vizinhanças por onde passou. Raquel segue no mesmo passo e, independentemente de até onde for no “The Taste Brasil”, já comemora: “Poder trabalhar com a melhor chef do mundo já é uma alegria”.
The Taste Brasil
Todas as quintas, às 22h. No canal GNT. Saiba mais nos perfis da chef Raquel Amaral no Facebook e no Instagram.