Conheça mulheres que fazem muito pela gastronomia de Brasília
No mercado local, elas se destacam na produção, chefia e no empresariado
atualizado
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O mercado de gastronomia é tradicionalmente dominado por homens. Se embrenhar nele costuma ser uma tarefa mais árdua para as mulheres, seja dentro ou fora da cozinha. Normalmente há de se lutar mais para conseguir espaço.
O Metrópoles resolveu ouvir a história de quatro mulheres que trabalham na área.
Caçadora de queijos
Uma das diretoras (e fundadora) da Associação Comerqueijo, de Comerciantes de Queijos Artesanais Brasileiros, considera-se uma “caçadora de queijos”. Ela faz a ponte entre os produtores familiares e os lojistas e chefs da capital e do resto do Brasil. Outra parte considerável do trabalho dela, é a logística organizacional de grandes feiras.
“Quando há eventos, os egos se inflamam, há muito o que organizar. Têm uma logística maior, envolve realizar, revisar e reconhecer. Nós, mulheres, temos pensamento mais difuso no planejamento, conseguimos ter vários focos”, diz.
Apesar dessa vantagem, Rosanna lamenta o fato de as mulheres ainda enfrentarem dificuldades no mercado gastronômico. Reclamações à parte, a empresário enxerga uma evolução, com mais participantes do sexo feminino na cadeia produtiva da gastronomia.
Sommelièré
A grafia da palavra acima está correta, mesmo que alguns insistam em torcer o nariz. A língua francesa já aceita uma versão feminina para definir profissionais especialistas em vinhos. Ana Clara Carvalho dedica-se a essa difícil e trabalhosa tarefa há 10 anos.
Iniciou sua carreira em São Paulo e, em Brasília, esteve presente no ‘Gero e outras casas. Atualmente está à frente dos vinhos do A’ Mano, na 411 Sul.
“Nós somos mais sensíveis nos detalhes do ambiente, observar coisas que não são importantes conscientemente, mas que fazem toda diferença. A parte de relacionamento interpessoal também é mais desenvolvida. Também temos mais sensibilidade no lado humano, extrapolando o profissional”, avalia Ana sobre sua experiência nas cozinhas profissionais.
Empresária
Deise é sócia-proprietária da Grand Cru (Lago Sul) e gerencia a loja. Considera que o grande diferencial feminino no caso é a visão sobre o negócio. Ela toma o estabelecimento como sua casa: almoça e janta todos os dias, além de trazer constantemente o neto e a família.
Preocupa-se com todos os ingredientes e sua origem. O cordeiro, por exemplo, é de criação de um veterinário, que acompanha da alimentação ao abate, além de, para evitar o desperdício, vender apenas o animal inteiro.
“Mulher tem muito do receber e do acolher e acho que isso sempre foi uma marca registrada da Grand Cru”, aponta.
A chef
Formada em gastronomia no ano de 2008, Ticiana Werner há muito já possuía um restaurante. De Cruz Alta (RS), Cidade do Érico Veríssimo, veio para a capital federal em 2001. No Sul, era produtora, “parte da fazenda, mesmo”, conta.
Começou em 2001 em restaurantes. Dois anos depois, abriu o Werner Filés e Vinhos. O atual Ticiana Werner veio em 2008. Sobre a relação com homens, ela afirma nunca ter sofrido opressão. “Sempre tive jogo de cintura e soube lidar”, comenta