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Conheça ingredientes do cerrado que estão ameaçados de extinção

Projeto Arca do Gosto, do movimento Slow Food, já catalogou 17 produtos e dois modos de preparo da região que podem deixar de existir

atualizado

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Reprodução/Panoramio
xixá
1 de 1 xixá - Foto: Reprodução/Panoramio

Se você nunca ouviu falar ou não conhece xixá, mático ou bacaba, corre o risco de nunca vir a conhecer. Essas são algumas das frutas do cerrado incluídas na lista da Arca do Gosto, projeto do movimento Slow Food que cataloga ingredientes e modos de preparo ameaçados de extinção nas várias regiões brasileiras.

No que diz respeito ao cerrado, não são somente esses itens exóticos que definham diante do avanço tecnológico e urbano. Outros mais conhecidos, como pequi, cajuzinho-do-cerrado, mangaba, cagaita e buriti, também podem deixar de existir se não forem tomados os devidos cuidados para preservá-los.

“O pequi, por exemplo, não é plantado, nasce espontaneamente. Com o avanço das áreas urbanas, do desmatamento, é natural que ele comece a desaparecer”, explica Jean Marconi, facilitador do projeto para a região Centro-Oeste.

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Cajuí, ou cajuzinho-do-cerrado
Mama-cadela
Pimenta-de-macaco
Mático
Bacaba
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Baunilha-do-cerrado

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Cajuí, ou cajuzinho-do-cerrado

Reprodução/Doce Alquimia
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Mama-cadela

Reprodução/Wikipedia
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Pimenta-de-macaco

Reprodução/Natureza Bela
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Mático

Reprodução/YouTube
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Bacaba

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Pera-do-cerrado

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Xixá

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Araticum

Reprodução/Viveiro de Mudas
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Buriti

Reprodução

Como é feita a lista
Atualmente, 19 itens do cerrado estão incluídos na Arca do Gosto, 17 ingredientes (entre frutas, arbustos e flores) e dois modos de preparo — a carne de sereno, um equivalente da carne-de-sol nordestina no Centro-Oeste, e a Marmelada Santa Luzia, hoje produzida somente por moradores do quilombo Mesquita (GO).

Correm risco de sumir o cajuí (cajuzinho-do-cerrado), a baunilha-do-cerrado, a mama-cadela, a pimenta-de-macaco, o mático, a bacaba, a pêra-do-cerrado, o xixá, o araticum, o babaçu, o buriti, a cagaita, a castanha de baru, a guabiroba, o jatobá, a mangaba e o pequi.

A lista é elaborada a partir de indicações, que podem ser feitas por qualquer cidadão no site do Slow Food. Lá, há um formulário onde é necessário incluir informações botânicas, antropológicas (uso do produto ou procedimento por comunidades) e argumentar o porquê de o ingrediente ou modo de preparo estar em extinção.

O facilitador da região entra em contato com o autor da indicação para mais informações, avalia o real risco e, se for o caso, envia o processo para o Slow Food Internacional, na Itália, que dá o parecer final. Atualmente, outros 11 produtos aguardam esse parecer. O que quer dizer que, em breve, a lista pode aumentar mais ainda.

Interesse no exterior
O catálogo do Arca do Sabor tem projeção internacional por meio da rede do Slow Food em 160 países, o que dá visibilidade ao risco desses produtos e pode motivar ações para salvá-los. Em casos mais extremos, a sede italiana do movimento concede, inclusive, verbas para potencializar atividades em defesa de produtos em extinção.

Integrante do Slow Food Cerrado, e atualmente auxiliando na tarefa de registro dos produtos indicados, Sara Campos diz que o conteúdo dessa lista é muito importante para pesquisadores de ingredientes regionais e chefs, por exemplo.

“Geralmente, esses ingredientes ameaçados são muito valorizados por outros países, principalmente da Europa, que têm uma consciência maior da necessidade de preservação. Recebemos muitos pedidos de informação”, ela diz.

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