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Cajueiro: delicie-se com o queijo Roquefort vegano produzido no DF

Elaborado por fazendeiros em Planaltina, o produto é fermentado com o fungo Penicillium roqueforti adicionado à pasta de castanha-de-caju

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Brasília(DF), 12/07/2018 Casal de Produtores Veganos Local:Apetit Natural 407 Norte, Bloco B Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
1 de 1 Brasília(DF), 12/07/2018 Casal de Produtores Veganos Local:Apetit Natural 407 Norte, Bloco B Foto: Hugo Barreto/Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O brasiliense Fábio Gonçalves e Ganaa Dalaijargal decidiram fazer queijos veganos por pura inquietação. O casal não queria pagar caro em alimentos artificiais e sem grande valor nutricional. “Aqui, no Brasil, o mercado é muito amador. Colocam muitos químicos de gosto ruim na comida”, critica a agripreneur nascida na Mongólia. O marido contrapõe: os produtos disponíveis em lojas até têm o sabor parecido com os tradicionais, mas “se colocar flavorizante em um tijolo, é provável que fique gostoso também”, brinca.

Os dois cultivam cogumelos na fazenda da família de Fábio, em Planaltina (DF), desde 2016. Fornecem as variedades hiratake, salmão e eryngii a restaurantes badalados da cidade, como o Universal, Baco, Carpe Diem, Sallva, Dom Francisco, Piauíndia, entre outros. Por ter consumido muitos queijos azuis quando criança, o sonho de Fábio era preparar as receitas do Roquefort e do Camembert sem ingredientes animais. “Cultivar cogumelos é uma atividade primária que dá margem para produzir outros alimentos”, comenta o brasiliense.

A caminhada, no entanto, não foi simples. Fábio e Ganaa são veganos, porém tinham perfeita consciência de que, para replicar um queijo Roquefort, seria necessário não só aprender o processo realizado na cidade francesa homônima, mas também compreender as particularidades daquele sabor. Abriram uma exceção na dieta, provaram os preparos mais finos e estudaram bastante.

A gente nunca ia quebrar essa barreira sem saber qual era o sabor do queijo de qualidade

Fábio Gonçalves
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Na embalagem, duas homenagens: o cenário da ilustração é o de uma cidade do interior do Nordeste, para lembrar de onde vem a castanha-de-caju. A moça que colhe o fruto, no entanto, é uma mongol com trajes típicos do país asiático
A homenagem à Mongólia se dá graças à nacionalidade de Ganaa Dalaijargal, uma das sócias da empresa
O "queijo" tem consistência firme e pode ser consumido em pedaços...
...mas é cremoso e pode ser espalhado em torradas, como se fosse manteiga
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O "Roquefort vegano" Cajueiro é feito com leite de castanha-de-caju, óleo de coco e com o fungo Penicillium roqueforti

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Na embalagem, duas homenagens: o cenário da ilustração é o de uma cidade do interior do Nordeste, para lembrar de onde vem a castanha-de-caju. A moça que colhe o fruto, no entanto, é uma mongol com trajes típicos do país asiático

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A homenagem à Mongólia se dá graças à nacionalidade de Ganaa Dalaijargal, uma das sócias da empresa

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O "queijo" tem consistência firme e pode ser consumido em pedaços...

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...mas é cremoso e pode ser espalhado em torradas, como se fosse manteiga

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Para elaborar a receita, Fábio e Ganaa usaram leite de castanha-de-caju, óleo de coco e o fungo Penicillium roqueforti. O último ingrediente é exatamente a mesma espécie usada para se obter o Roquefort original. Depois de seis meses jogando os testes no lixo, o casal chegou a um sabor que os agradou e decidiu pedir para um especialista avaliar o produto.

Em uma visita para entregar um carregamento de cogumelos para o chef Gil Guimarães, da Baco e do Parrilla Burger, Ganaa e Fábio ofereceram um pouco do Roquefort vegano Cajueiro. A ideia era simplesmente pedir dicas ao cozinheiro e anotar as impressões sobre o produto. O elogio ao alimento foi muito maior do que o casal poderia imaginar. “A gente achava que estava bom, mas ainda tinha trabalho a ser feito. Foi o Gil quem disse: ‘O queijo está pronto'”, lembra Fábio.

No dia, Guimarães já pediu mais unidades do “queijo” e lançou, na última quinta-feira (12/7), dois pratos que levam o ingrediente. A iguaria custa R$ 23,90 no Apetit Natural, localizado na 407 Norte. Fábio e Ganaa já conseguiram chegar a um Camembert vegano, de processo similar, e planejam lançar em breve um Camembleu, mistura entre as duas variedades que produzem atualmente.

Veganismo
O veganismo é um movimento pelos direitos dos animais, cuja principal característica é o consumo de produtos de origem exclusivamente vegetal. Assim, além de não conter carne, a dieta exclui ovos ou laticínios, por exemplo.

Essa população também não consome peças de vestuário de origem animal, como sapatos de couro ou roupas de seda. Por fim, são os principais críticos a eventos como touradas e rodeios. Estima-se que, no Brasil, cerca de 5 a 7 milhões de pessoas evitem o consumo desse tipo de produtos.

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