As tendências gastronômicas que deveriam desaparecer em 2022
Algumas modinhas que surgiram em 2021 ou se fortaleceram realmente deveriam parar o quanto antes, conheça quais
atualizado
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Chega! Basta! Muda, Brasil! Já falei aqui sobre o que esperamos como tendências gastronômicas para 2022, mas ser tendência não necessariamente é bom e vou listar algumas que deveriam encerrar suas carreiras em 2021. Veja quais:
Deixem o Japão em paz
Fico curioso como nunca fomos atacados militarmente pelo Japão. As atrocidades que o Brasil faz com a comida japonesa são dignas de declaração de guerra. Já desvirtuamos completamente os makis com recheios estapafúrdios e excessos de cream cheese, agora começamos a enlouquecer nos formatos. É coxinha de sushi, taco de sushi, sushi no copo, rosquinha de sushi. Chega, pessoal!
Taças sujas
Uma tendência que voltou com força total em 2021 por razões que não me são familiares. Taças, pratos, canecas e xícaras meladas por fora não são práticas para comer, não são bonitas e me arrisco a dizer que nem higiênicas.
Falso fit
Duas coisas que geram engajamento: vídeos curtos de comida e receitas fit e muita gente resolveu reunir os dois. O problema é que diversos perfis de redes sociais aproveitam-se do pouco conhecimento geral da população em nutrição para passar receitas nada saudáveis como se fossem. É leite condensado “saudável” feito de leite em pó (como se isso alterasse algo), doces que apenas substituem o açúcar de cana por outro açúcar como o de coco, por exemplo. A principal alteração feita é remover a farinha de trigo, mas substituí-la por qualquer outra igualmente refinada, como a de arroz.
Essa tendência deveria sumir não só por ser tola, mas também por ludibriar quem a consome e brincar com a saúde da população.
Tudo arco-íris
Representatividade é tudo, concordo. É bacana as casas terem um ou outro item de arco-íris ou purpurinado, mas calma, não precisa ser tudo assim. Até porque todos esses itens são repletos de corantes. Se segura na sede pelo pink money.
Chega de azeite trufado!
Eu já falei, esse embuste nem deveria existir, mas existe para nos assombrar. Chegou a perder força nos últimos anos, mas em 2021, ele voltou com tudo. Inclusive em várias casas metidas a contemporâneas e finas, é difícil encontrar algum item que não seja trufado.
Entenda, o problema não é ser trufado, é usar o azeite trufado, que normalmente nunca viu uma trufa nem por Whatsapp e tem apenas um sabor extremamente artificial que em nada lembra o fino fungo.
Carne vegetal como algo saudável
Pessoal, entendo a importância da carne vegetal. É um importante elemento de transição para os que querem eliminar proteína animal da dieta, ou até mesmo um escape para quem já é vegano ou vegetariano, mas sente aquela vontade de comer uma carninha. Só que temos que deixar claro: é um ultraprocessado, um produto industrializado feito com vegetais muito refinados e com baixo valor nutricional. Não é porque não leva derivado que algo é saudável. Lembrem-se que a bolacha Oreo, por exemplo, é vegana.
Tirar o glúten e a lactose de tudo
Outra falsa sensação de que algo se torna mais saudável sem que seja verdade. Glúten e lactose, via de regra, são agressivos apenas para quem tem alguma alergia ou intolerância a eles. Vejo pessoas substituindo farinha de trigo por outras tão ultraprocessadas quanto, obtendo produtos piores, apenas. Não há estudo conclusivo sobre qualquer um dos dois serem de alguma forma prejudiciais à saúde de forma geral. Ainda há um fato real: removê-los de sua dieta por longos períodos pode levar ao desenvolvimento de uma intolerância.
Barcas
Barcas de comida japonesa são uma tradicional forma de apresentação das iguarias orientais, mas o brasileiro, ah, o brasileiro… Ele vê um limite e ri. Agora tem barca de acarajé, açaí, doces, petiscos, salgadinho de festa de criança (ok, confesso que amei essa, mas não a torna mais aceitável). Não orna. Deixem isso em 2021.
Avocado toast de ouro
Avocado toast (ou em bom português, torrada com abacate) nada mais é do que um preparo com a fruta sobre uma torradinha. Algo simples e saboroso que tem tomado valores exorbitantes (difícil encontrar abaixo de R$ 20). Por se tratar de uma fruta tão farta e relativamente barata, não precisa custar tão caro.