Artigo: quais riscos físicos podem ameaçar o profissional da cozinha?
Não só o psicológico dos cozinheiros é muito demandado nesta carreira
atualizado
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Já discutimos aqui o psicológico dos cozinheiros após a trágica morte de Anthony Bourdain, mas outro fator de risco nessa tão divulgada profissão é o físico. Nossos Oompa Loompas estão sempre expostos a diversos perigos na cozinha.
Primeiramente os riscos de acidentes, que são bem óbvios. Diariamente lidamos com facas afiadas, objetos cortantes, superfícies quentes, gases, vapores e óleo fervendo. Além disso, durante a higienização da cozinha usam-se produtos com alta concentração de cloro e corrosivos. A possibilidade de imprevisto por mau uso ocorrer é muito alta. Não há um cozinheiro de carreira que não tenha várias cicatrizes e histórias para contar.
Outro problema é a alteração brusca de temperaturas pela qual o profissional passa. Sair da boca do fogão para dentro de uma câmara congelada ou resfriada, ou abrir um refrigerador. Esses choques térmicos podem causar queda da resistência e desenvolvimento de diversas doenças oportunistas. A permanência em câmaras congeladas (fato comum quando é feito controle de estoque ou organização dela) também ocasiona diversos problemas, que vão desde resfriados, cefaleias, até frostbite (congelamento e consequente morte de pele e tecidos).
As cozinhas têm seus equipamentos com alturas e tamanhos gabaritados, que devem atender diversas estaturas, o que leva as pessoas mais altas a se abaixarem muito e as mais baixas a erguerem demais seus braços para trabalhar. Os problemas posturais surgem por ser um ofício que exige longas jornadas de pé na bancada trabalhando, além de carregar insumos pesados, erguer panelas cheias e movimentos repetitivos com os pulsos ao cortar alimentos.
Apesar de todos esses perigos fazerem parte da rotina do trabalhador de cozinha, não são reconhecidos a eles insalubridade ou periculosidade. É mais uma das razões pela qual dizemos: “Cozinha é para quem ama, não é para quem quer”.