Artigo: por que restaurantes finos não gostam de delivery?
A onda de apps voltados para o setor alimentício colocou na lista de entrega restaurantes conceituados, mas isso pode não ser tão legal
atualizado
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Antes, o serviço de entrega era restrito a locais que tivessem seus próprios funcionários. Hoje em dia, surgiram diversos aplicativos que fazem a ponte entre o cliente e o estabelecimento, possibilitando que mais casas abracem o sistema, além de dar mais comodidade para quem prefere não sair. Somado a isso, há apps que buscam a comida pretendida pelo cliente nos mais variados lugares – criando, assim, um delivery paralelo até para restaurantes que não optam pela modalidade.
Receber pratos dos melhores restaurantes da cidade de forma cômoda acaba falando mais alto – fato que não anima muito os cozinheiros. Redes de delivery costumam ter produtos mais robustos e feitos para resistirem ao transporte e ao tempo de espera, mas não é o caso dos à la carte tradicionais.
Nestas casas, os pratos não são feitos para aguardar o consumo por mais de cinco minutos. Essa espera a mais ocasiona vários problemas no prato: risotos e massas passam do ponto, molhos como carbonara podem coagular e cremes à base de laticínios correm o risco de talhar.
Outra preocupação dos cozinheiros é sobre como os produtos vão chegar até o consumidor – a ideia é entregar pratos bonitos e bem apresentados, algo que o cliente comece a comer pelos olhos. Tarefa impossível de fazer dentro de uma marmita – e, mesmo que se consiga, não há garantia nenhuma de que o movimento durante o transporte vá mantê-lo do modo original.
Os pratos são feitos para serem montados sobre louças, sem ficarem tampados (na maioria das vezes) – nunca para aguardarem tanto tempo até serem devorados. No fim das contas, pode até ser uma experiência que agrade a quem pediu, mas os cozinheiros mais sérios não ficam muito satisfeitos em saberem que sua obra será consumida assim.