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Artigo: o que é transgênico, melhoramento convencional e orgânico

Há todas essas categorias no mercado, mas quais são as vantagens e desvantagens de seu consumo

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1 de 1 Eixão-Agro-movimenta-o-Eixão-Norte-no-dia-30-de-junho-Crédito-Divulgação-Eixão-agro-2018-3 - Foto: Divulgação

Hoje em dia, procurar uma alimentação mais saudável esbarra em diversas questões. Primeiro, abandonamos os produtos ultraprocessados, depois temos que entender um pouco melhor os rótulos para saber exatamente o que estamos comendo. Além disso, vale checar as gôndolas, pois por lá tem muita informação.

Transgênicos

Os famigerados transgênicos são sempre muito comentados, mas pouca gente sabe o que de fato são. Não temos muitos transgênicos no mercado e a lista de autorizados pode ser encontrada no site do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), inclusive discriminado para plantio, consumo animal ou humano.

Essa nomenclatura é normalmente utilizada erroneamente, confundida com produtos manipulados naturalmente, os quais explicarei melhor adiante. Um transgênico teve seu DNA alterado artificialmente, com a adição de trechos que não são naturais da espécie, como de bactérias e outros seres. Isso cria plantas com maior resistência a pragas, intemperes e até aos agrotóxicos (sim, eles podem ser danosos às plantações também).

Em termos nutricionais, não há muita diferença, algumas vezes inclusive o transgênico é mais nutritivo, porém, não em uma proporção que valha a pena destacar. Em termos de vantagens, temos normalmente um plantio que exige menor cuidado, produtos com mais tempo de prateleira e algumas vezes até mesmo mais vistosos.

Em compensação, são autorizados agrotóxicos com grande grau de toxidade, que podem se espalhar para mananciais e prejudicar nossa saúde. Além de que, por possuírem uma maior resistência, caso suas sementes se espalhem (um plantio não se restringe apenas à sua área útil, pode se disseminar por agentes físicos e biológicos) podem “contaminar” áreas e plantações vizinhas, diminuindo a variabilidade genética.

Naturalmente manipulados

Esse é o produto mais comumente encontrado nas gôndolas e feiras. Como o que aconteceu com os animais domésticos, foram cruzando espécies de forma a selecionar características desejadas: normalmente um tamanho mais vistoso, desenvolvimento mais rápido, resistência a pragas e intemperes e maior tempo de prateleira.

O grande problema desses vegetais, além da permissão de agrotóxicos (os mesmos utilizados em transgênicos, podendo inclusive haver mais, já que não há manipulação genética direta assegurando menor sensibilidade a agentes externos) é no campo organoléptico.

Caso claro disso são os tomates, independentemente do tipo escolhido, eles costumam ser sem sabor e, ao invés de vermelho, apresentam um alaranjado pálido, deixando inclusive os molhos feitos com ele com um aspecto pior do que os artificiais.

O que fica mais comprometido com esse tipo de produto é, de fato, a qualidade sensorial dele: pratos e alimentos com menos sabor e cores menos chamativas. Reduz o prazer da refeição.

Orgânicos

Pouca gente sabe mas os orgânicos também podem receber agrotóxicos. No caso deles, os produtos recebem um nome diferente: “produto fitossanitário com uso aprovado para a agricultura orgânica”. O que isso significa? Produtos com baixa toxidade, sem características mutagênicas ou carcinogênicas.

Os defensivos usados nesse tipo de cultivo têm uma categoria separada com intenção de desburocratizar a liberação de produtos mais modernos e menos tóxicos, em teoria. Alguns agrônomos contestam um pouco os limites de fiscalização e toxidade, visto que adubos naturais que são liberados podem causar contaminação de solo e mananciais (em grau muito menor que um agrotóxico comum, certamente).

Fato é que os orgânicos não são manipulados, não podem ter agrotóxicos pesados e costumam possuir características organolépticas bastante superiores àquelas dos seus irmãos, porém, nada muito distante no campo nutricional. Ingeri-los garante uma menor contato com  substâncias tóxicas, mas é necessária igual atenção à sua higienização.

Há também uma certa dúvida sobre a eficácia da fiscalização sobre esses produtos, uma sugestão que costumo dar é evitar hortifrutis grandes e vistosos nas prateleiras de orgânicos, eles costumam ser menores, porém terem aromas e cores mais presentes (com alguns “machucadinhos” a mais na superfície). Outro fator que costuma entregar a sua autenticidade é sua durabilidade em casa, costumam mofar e estragar mais rápido, e isso é um bom sinal.

Minha maior crítica a eles, hoje em dia, vai do fato de normalmente estarem embalados em isopor e plásticos nos mercados, criando resíduos desnecessários. Outro fator é o valor agregado, embora seja de fato mais dispendioso produzir orgânicos, criou-se um mercado quase de luxo destes, colocando seu preço mais de duas vezes superiores aos outros, o que não faz sentido, pois o maior custo de um hortifruti não vem de sua produção, mas sim transporte e armazenamento.

Solução para isso (e desestimular esse comportamento) é comprar diretamente em feiras de produtores ou das chamadas CSA, Comunidade que Sustenta a Agricultura. Funciona como um clube de orgânicos, no qual o consumidor recebe uma cesta semanal e tem reuniões diretas com quem produz, tornando também o evento uma questão cultural.

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