Artigo: o impacto da greve no salário de garçons e cozinheiros
Com a paralisação dos caminhoneiros, faltaram insumos aos estabelecimentos e combustível para clientes
atualizado
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A greve dos caminhoneiros causou uma crise que afetou muita gente. Para a maioria dos assalariados, o maior transtorno ficou concentrado em torno do combustível, mas o impacto foi muito grande para o mercado de serviços.
Apesar de serem normalmente vistos como grandes vilões, proprietários de restaurantes normalmente precisam manter sua folha de gastos na ponta do lápis devido aos altos custos fixos que possuem (aluguel, luz, telefone, pessoal, gás e impostos).Nas últimas duas semanas, os empresários do setor enfrentaram uma queda de movimento atribuída à falta de combustível (menos pessoas se deslocaram para longe de suas casas), a aumentos absurdos nos preços dos insumos (não repassados aos consumidores) e a alguns custos relativos ao transporte dos funcionários. Somente no Distrito Federal, estima-se que o setor tenha deixado de arrecadar R$ 80 milhões.
Por mais danoso que seja, os empresários costumam ter um fundo de caixa e mais recursos para driblar a situação.
O problema maior recai sobre a equipe da casa, que normalmente já batalha para manter as contas em dia e sofrem uma redução brusca em seus salários com a queda de movimento. Os garçons chegam a ter dois terços de seu ganho mensal total advindos das comissões (gorjetas) recebidas. No caso dos cozinheiros, metade do ordenado vem dessa composição.
Com os hoteleiros, o problema chega a ser ainda maior. Em grande parte dos hotéis, metade do salário de todos os funcionários corresponde à comissão, que, por sua vez, depende da ocupação e uso dos serviços do local.
A vida em uma cozinha é dura!