Açougues veganos prometem ser uma onda na gastronomia em 2017
Apesar da restrição a proteína animal, eles têm de tudo, de linguiça e hambúrguer a feijoada e churrasco
atualizado
Compartilhar notícia
A palavra açougue parece, em princípio, inconciliável com o público que não consome carne. Mas não é bem assim. A onda dos “açougues veganos” começou a surgir em Curitiba, em julho do ano passado, e já chegou a São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
A ideia, importada dos Estados Unidos, é reunir no balcão e prateleiras carnes vegetais como salsichas, linguiças, bifes, hambúrgueres e peças de seitan (tipo de carne vegetal feita de trigo). E na parte de frios, queijos e patês.
O Veganinha — Armazém Vegano, em Curitiba, tem churrasco — com espetinhos, maionese e farofa — e feijoada. Tudo isso sem nada de origem animal. Nas festas de fim de ano, por exemplo, a casa ofereceu o Tender Vegetal e o TofuPeru.
Churrasco sem sangue
Em São Paulo, o No Bones — The Vegan Butcher Shop abriu as portas em dezembro. Vende hambúrgueres artesanais, espetinhos prontos para churrasco, linguiças, salsichas, coxinhas de jaca, entre outros itens.
“Todos os nossos produtos são artesanais e feitos com carinho. Não levam conservantes, ou qualquer tipo de ingrediente de origem animal”, anuncia a chef Marcella Izzo, à frente do No Bones.
O açougue paulista tem também empório com cervejas artesanais, sucos naturais, temperos de fabricação própria, azeites, óleos, pimentas e vinhos. Até carvão e churrasqueiras portáteis podem comprados na loja. O objetivo é incentivar a cultura do churrasco sem derramamento de sangue.
Na terra do leitão e do torresminho
Mais recentes são o Açougue Vegano, na Barra da Tijuca, Rio, e Venne Açougue Vegano, no Bairro Floresta, em Belo Horizonte. Os dois foram abertos este mês.
“Dez por cento da população do Rio se declara adepta a alimentação vegetal, mas ainda assim sofrem para encontrar locais que vendam produtos dessa natureza. Agora não será mais assim”, diz a chef Michelle Rodriguez, que abriu a casa carioca em parceria com o também chef Celso Fortes.
Enquanto isso, na terra em que o leitão e o torresminho são quase sagrados, o Venne pretende atrair clientela vendendo mortadela de feijão carioquinha, salame de feijão roxinho e cogumelo e presunto de grão-de-bico
“Queremos tornar o veganismo mais acessível e facilitar o processo de transição de quem ainda sente falta da carne”, disse ao Estado de Minas a estudante de direito Laura Bonetti, 22 anos, que idealizou o açougue e o administra em parceria com a família.